Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2025

‘Bloco do Zé Pelintra’ anima o Carnaval de PG neste sábado

A criação do Bloco do Zé Pelintra em 2024, foi um pedido da  própria entidade ao terreiro umbanda Esperança Sagrada
2025-02-17 às 16:47
Arquivo cedido

A Princesa dos Campos estará em festa entre os dias 28 de fevereiro a 4 de março pois acontece mais uma edição do Carnaval de Ponta Grossa. Contudo, a folia já começa no dia 22 de fevereiro quando acontece o lançamento do pré-carnaval e grito do carnaval, Concurso de Rainhas e Rei Momo e Concurso de Fantasias, à partir das 19h no Parque Ambiental, localizado no centro da cidade. Em sua segunda participação, o ‘Bloco do Zé Pelintra’ promete animar a população, ao menos é o que espera o sacerdote de Umbanda, Bruno dos Santos Grube, que concedeu uma entrevista a equipe de jornalismo do Portal D’Ponta News.

O sacerdote conta animado sobre a primeira experiência dos foliões em 2024, ano em que surgiu o bloco do Zé Pelintra. Ele cita sobre a presença significativa do público, o qual é contabilizado pela venda de camisetas. “Ano passado, produzimos 100 camisetas que foram vendidas no nosso terreiro. Mas quando chegou o dia do evento,  surgiram muitas outras pessoas na avenida. Elas surgiram com camisetas brancas ou com camisetas próprias dos malandros, estavam com roupas normais e acabaram agregando e participando junto com a gente”, conta.

E para esta edição do carnaval as expectativas são ainda maiores, conforme expôs o pai de santo. “Neste ano a gente já vendeu 170 camisetas aqui no terreiro, para os familiares, para os amigos e também amigos de outros terreiros também”, afirma.

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Bruno ressalta que a camiseta é um acessório do bloco, mas que não é um impeditivo para que o público deixe de participar da folia. “A aquisição da camiseta não é um pré-requisito para participar do bloco”, diz. O sacerdote também cita que qualquer pessoa é bem vinda e vê o momento como uma forma de combater o preconceito. “Todas as pessoas são muito bem-vindas a participar, sejam da religião de umbanda, quimbanda, candomblé, das matrizes afro ameríndias ou pessoas simpatizantes que gostam. E aqueles que desconhecem, também são bem-vindos para participar justamente para ir quebrando esses preconceitos”, convida o sacerdote.

Apesar de Bruno ter citado o preconceito, ele avalia positivamente a receptividade dos Ponta-grossenses, onde não houve registros de intolerância. “A gente achou que poderia ter alguma violência, algum tipo de intolerância, mas muito pelo contrário. A apresentação e toda a brincadeira, toda a folia na avenida, foi muito bem recebida. O pessoal passava, batia palma, dava risada, brincava. Todo mundo levando no esportivo, foi bem legal”, conta.

PARTICIPAÇÃO DO BLOCO
Neste ano, o bloco do Zé Pelintra vai participar no dia 22 de fevereiro, no concurso do Rei Momo, das rainhas e no concurso de fantasias. Bruno detalha que o bloco estará muito bem representado e preparado para a data. “Temos duas rainhas como candidatas e temos também candidatos para o concurso de fantasia e também para Rei Momo”, conta. Além disso, o bloco vai participar do desfile na avenida com parceria de uma escola de samba. A data do desfile ainda vai ser confirmada pela organização.

Já no dia 2 de março, o bloco vai se concentrar no Parque Ambiental de Ponta Grossa, à partir das 17h. Quem for ao local vai acompanhar apresentações de grupos do próprio terreiro. “Um grupo de samba e pagode que é chamado ‘Mandingueiros da Encruza’ e a ‘Curimba da Mesa 7’  que é a curimba que toca aqui nas nossas giras”, explica Bruno.

HISTÓRIA DO BLOCO
O pai de santo conta que a criação do Bloco do Zé Pelintra em 2024, foi um pedido da  própria entidade ao terreiro umbanda Esperança Sagrada, o qual ele participa. “A ideia do bloco de Zé Pelintra surgiu dentro do nosso terreiro, sob as ordens do próprio Zé Pelintra. Em uma gira que a gente estava, ele comentou que a gente fazia festa para todas as entidades e para os malandros, a roda de malandragem, sempre a gente fazia uma coisa mais humilde, uma coisa mais simples”, cita.

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Conforme Bruno, foi nesse momento que a entidade fez uma convocação e pediu para que houvesse um carnaval para os malandros. Dada a situação, os integrantes do terreiro se informaram sobre como criar um bloco carnavalesco e como o inscrever para participar do carnaval da cidade. “Tivemos um mês para nos preparar, para ir para a avenida e desfilar. Foi muito bom, foi muito legal”, avaliou.

Bruno pondera que mesmo que a idealização do bloco tenha surgido no terreiro umbanda Esperança Sagrada, ele não é exclusivo do terreiro. “O bloco do Zé Pelintra é uma ideia maior que representa a espiritualidade, que representa a Umbanda”, finaliza.

Por Camila Souza