Dietmar Hopp, ‘dono’ do Hoffenheim é alvo de muitos protestos e xingamentos. Jogadores e dirigentes do Bayern defendem o empresário
O Bayern de Munique venceu neste sábado o Hoffenheim por 6 a 0, fora de casa. O clube bávaro seguiu na liderança da competição e o brasileiro Philippe Coutinho marcou dois gols durante a partida, mas não foi o jogo que chamou a atenção de quem estava acompanhando a partida.
Foram expostas faixas com graves ofensas contra Dietmar Hopp, investidor do Hoffenheim. A partida chegou ser paralisada pela primeira vez aos 22 minutos do segundo tempo, quando as faixas chegaram a ser recolhidas, mas foram expostas novamente 10 minutos depois. A partir disso, o árbitro mandou as duas equipes para o vestiário, nesse intervalo dirigentes e ídolo do Bayern, tentavam convencer a torcida parar o protesto e recolherem a faixa, o que não adiantou.
Reunidos no vestiário, dirigentes das duas equipes e os jogadores resolveram voltar a campo, mas apenas tocaram bola em sinal de protesto. Karl-Heinz Rummenigge, um dos dirigentes do Bayern, e Hopp, alvo dos protestos, entraram junto com os jogadores apoiando a atitude de apenas gastar o tempo que faltava da partida.
Rummenigge também falou recriminando os protestos dos torcedores:
– Tenho vergonha e também pedi desculpas a Dietmar Hopp. Não há desculpa para isso. Essas pessoas não perderam nada em um estádio de futebol, absolutamente nada. Vamos proceder com toda a severidade e rigidez.
Entenda o motivo dos protestos contra o investidor Dietmar Hopp:
Primeiro de tudo a gente precisa entender a regra do 50+1, que faz parte de uma espécie de código de conduta na Bundesliga, onde define que uma empresa ou pessoa não pode ter mais de 50% dos ativos de um clube, assim evitando o controle de um investidor externo como acontece em outras grandes ligas, como a própria Premier League. Ou seja, a maioria do capital terá de permanecer sempre com o próprio clube (50%+1).
Mas a regra tem uma brecha: se um clube recebe investimento de uma empresa, ou empresário, por mais de 20 anos sem nenhuma pausa, com um valor mínimo de capital, essa empresa poderá ter mais de 50% do capital do clube. Alguns clubes entram nesse contexto, como o caso de Bayer Leverkusen, que tem o apoio da Bayer, Wolfsburg, o clube da Wolkwagen e Hoffenheim, que recebe investimento da empresa de tecnologia SAP, pertencente a Dietmar Hopp. O RB Leipzig conseguiu através de algumas manobras se adequar a prática e ser administrada pela Red Bull.
A maioria dos clubes aprovaria uma mudança na regra e a situação de hoje pode ser um verdadeiro estopim para que a situação mude. Em 2018 uma pesquisa do jornal Bild foi feita com os clubes que estavam disputando a Bundesliga e apenas Dortmund, Gladbach e Freiburg foram contra as mudanças. Mas se os clubes aprovariam mudanças, os torcedores acreditam que o controle do clube precisa estar na mão do próprio clube. Na Alemanha, os sócios tem ativa participação na politica do clube a partir do momento que viram sócios.
Informações/Imagem: Terra