‘Dois mil e vinte e dois’ se apresenta repleto de incertezas, promessas e esperança. Para descobrir o que se pode esperar para esse próximo período, a revista D’Ponta entrevistou especialistas, intelectuais e doutores em nove áreas do conhecimento e publicará os conteúdos ao longo dos próximos dias.
O impacto das eleições para presidente, governadores, deputados e senadores será um definidor importante em quase todas as esferas. De igual modo, é imperativo saber quais serão as medidas para conter a Covid-19, assim como as consequências para a saúde mental que a pandemia vai nos deixar.
A perspectiva sobre o cenário econômico requer também um olhar mais aprofundado sobre agricultura, tecnologia, educação e meio ambiente. Além disso, fomos em busca de informações para traçar o futuro do Operário Ferroviário Esporte Clube. Não se trata de um exercício de vidência ou adivinhação, mas apenas perspectivas e projeções a partir de visões baseadas em fatos e na ciência.
ECONOMIA
“O resultado econômico de 2022, certamente, dependerá do ambiente político. Portanto, qualquer projeção deve considerar esta variável. Para tanto, consideraremos dois cenários. No cenário base, o presidente Bolsonaro usa todas as ferramentas fiscais (disponíveis e não disponíveis) para tentar se reeleger, mantendo chance de vitória até a eleição. O ano de 2021 está terminando com estrangulamento econômico, muito em função dos auxílios fiscais mal projetados e da política monetária frouxa. Logo, no cenário base, 2022 seria mais do mesmo, ou seja, dado este comportamento, a percepção de risco do mercado aumentaria, resultando em queda nos investimentos e na saída de capital estrangeiro (depreciação cambial).
Resumindo, o resultado deste cenário é mais inflação, menor crescimento e maior desemprego. No cenário alternativo, uma terceira via (ou até mesmo o ex-presidente Lula se direcionando ao centro, como fez com a “Carta ao povo brasileiro”, em 2002) ganha força, ao mesmo tempo em que o apoio ao presidente Bolsonaro é desidratado. Assim, as condições políticas do Governo para uma política fiscal mais agressiva diminuem, e as condições de risco melhoram. O resultado é uma taxa de inflação mais moderada, um crescimento do PIB pequeno (mas positivo) e uma recuperação do emprego formal.”
Celso Costa, economista e professor doutor da UEPG
Celso Costa, economista e professor doutor da UEPG