Na manhã desta quarta-feira (26), o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel mostrou como está o andamento das obras de construção da nova Usina Termoelétrica Municipal de Biogás. Ela está prevista para estar em pleno funcionamento até novembro de 2020 e contará com um investimento de aproximadamente R$ 9,2 milhões, realizado inteiramente pela Ponta Grossa Ambiental (PGA), concessionária responsável pela coleta e destinação dos resíduos sólidos urbanos produzidos no município.
Rangel explica que usina poderá receber até 30 toneladas de resíduos orgânicos por dia, que vão gerar energia elétrica, limpa, sustentável e de alta eficiência. “A usina vai pegar o lixo orgânico que você produz na sua casa – por exemplo, restos de comida, frutas e verduras – e transformar em energia elétrica. Isso é modernidade”, comemora.
Ele adianta ainda que a iniciativa irá contribuir para a diminuição dos gastos públicos de Ponta Grossa. “A usina irá fornecer eletricidade para os prédios públicos municipais e a Prefeitura não vai mais precisar pagar a conta de energia elétrica de escolas, unidades básicas de saúde e hospitais. Esse dinheiro que a Prefeitura vai economizar poderá ser usado em outras obras e para fazer asfalto nos bairros”, sugere.
Eficiência e sustentabilidade
O diretor de contratos do Grupo Philus, holding que administra a PGA, Marcius Borsato, explica que a usina tem como objetivo cumprir a obrigação de coletar seletivamente os resíduos orgânicos. Ele relata que foram estudadas algumas possibilidades, entre elas a do tratamento em composteiras, que gerariam adubo de solo.
“No entanto, junto ao município, encontramos uma forma mais inovadora de aproveitar os resíduos orgânicos: realizando a fermentação em biodigestores anaeróbios, o que possibilita a produção de biogás, que por sua vez poderá ser utilizado para a geração de energia elétrica”, conta Borsato. Ele desta que essa é a forma mais eficiente e sustentável de tratar os resíduos orgânicos.
Energia e fertilizante
Além da energia elétrica e do desenvolvimento tecnológico, a usina vai produzir cerca de 40 mil litros de digestato por dia, um fertilizante líquido. “Esse produto é resultante do processo de biodigestão, e poderá ser utilizado pela prefeitura em parques, jardins e canteiros, e também pelo agronegócio local, em especial na produção de frutas, verduras e legumes dos fornecedores da Feira Verde e da merenda escolar”, acrescenta Vicente Nadal Neto, diretor de projetos e responsável técnico da PGA.
Vantagens para o município
O diretor observa que a implantação do empreendimento é vantajosa para o município e enumera alguns possíveis benefícios. “Será evitado o custo com destinação de resíduos orgânicos ao aterro sanitário, e haverá uma redução na conta de energia elétrica nos prédios públicos e no custo da coleta, já que o caminhão utilizado será 100% elétrico, que é mais econômico e não poluente”, aponta.
Neto comenta ainda que a usina poderá colaborar para o desenvolvimento tecnológico de Ponta Grossa. “Haverá um ambiente para descoberta de novas oportunidades em um segmento de produção biogás pouco explorado no mundo – o do biogás produzido por meio de resíduos orgânicos. Também será possível usar os conceitos de indústria 4.0, que vão possibilitar ao município o acesso a informações de processos biológicos, geração de biogás e geração de energia elétrica sem a necessidade da presença física de alguém no local”, detalha o diretor.
Negócio sustentável
Borsato acrescenta que os investimentos serão feitos pela PGA e Prefeitura só irá remunerar a concessionária quando a usina estiver concluída, num prazo de 15 anos. “Com a economia gerada na conta de energia da Copel, a prefeitura terá dinheiro para começar a pagar os investimentos. Ao final dos 15 anos, a prefeitura terá pago a usina com a economia gerada pela própria usina, sendo que ainda sobrará perto de R$ 10 milhões para o município”, complementa.
De acordo com o projeto aprovado pelo município, os resíduos orgânicos produzidos pela comunidade vão gerar energia elétrica suficiente para pagar a instalação, operação e manutenção da usina, sem que haja necessidade de a prefeitura retirar dinheiro de outras fontes para o pagamento. “Ao final do prazo de contrato da PGA, a prefeitura será proprietária da usina, sem ter que pagar nenhum centavo a mais. Ou seja, a usina é autossustentável financeiramente”, afirma Borsato.
As declarações foram dadas durante o ‘Programa Nilson de Oliveira, apresentado por Rangel na Rádio Mundi FM.