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Heryvelton Martins

O Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais de Ponta Grossa (CMPDA) aprovou uma Moção de Repúdio contra a vereadora Teka dos Animais. A decisão, oficializada na edição do Diário Oficial desta quarta-feira (17), aponta a atuação da parlamentar como “incompatível com a defesa intransigente do bem-estar animal”. Em resposta, a vereadora classificou o ato como uma antecipação do processo eleitoral e defendeu seu mandato com dados sobre emendas e projetos de lei.
O documento do CMPDA, aprovado por 10 votos a 2, lista situações no qual a vereadora teria se omitido. O Conselho destaca a postura da parlamentar diante de irregularidades no contrato do Centro de Referência de Animais em Risco (CRAR), sobre especificamente o uso de um “coquetel anestésico dissociativo” pela empresa contratada. A substância imobiliza os animais sem garantir inconsciência total ou bloqueio completo da dor.
Outros pontos citados incluem a recusa da vereadora em assinar o relatório final da Comissão Especial de Investigação (CEI) que apurou problemas no bem-estar animal e a tentativa de alteração na “Lei do Cio”, vista pelo órgão como uma restrição ao alcance da norma.
Em nota oficial emitida nesta quinta-feira (18), Teka dos Animais recebeu a moção com “estranheza” e afirmou que a ação parece misturar avaliação técnica com “movimentos de antecipação do processo eleitoral” e questões pessoais.
Sobre a acusação de inação no caso dos anestésicos, a parlamentar afirmou que seu gabinete trabalha junto às secretarias para revisão de protocolos. Ela destacou que estava pronta para votar um projeto de lei sobre procedimentos anestésicos na sessão extraordinária de ontem (17), mas a proposta travou na Comissão de Legislação, Justiça e Redação.
Em relação à CEI, Teka justificou a não assinatura do relatório final por identificar “lacunas e imprecisões metodológicas”. A vereadora optou por elaborar um relatório paralelo, alegando responsabilidade técnica e independência.
A defesa da parlamentar sustenta-se em números. Teka informou ter destinado cerca de R$ 962 mil em emendas impositivas diretamente para a causa animal, representando 65% de seus recursos parlamentares. O montante inclui a compra de veículos para Zoonoses, vacinas e um micro-ônibus.
A vereadora também ressaltou a aprovação do Projeto de Resolução nº 4/25, de sua autoria, que altera o Regimento Interno da Câmara. A medida cria, a partir de 2026, a Comissão de Turismo, Meio Ambiente e Bem-Estar Animal, garantindo um foro exclusivo e especializado para pautas da área no Legislativo.
“Deslegitimar um mandato com base em uma leitura superficial e parcial de sua atuação é um desserviço à causa”, declarou a vereadora na nota, reforçando que mantém canais de diálogo abertos com o Conselho.