Em entrevista exclusiva ao Ponto de Vista, programa apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (14), o diretor de Esportes, da Secretaria de Estado da Educação e Esporte, Cristiano Barros Homem d’El Rei, comentou a respeito dos resultados de atletas assistidos por programas do Governo do Estado tanto nas Olimpíadas quanto nas Paralimpíadas de Paris 2024.
“Com certeza, existe uma parcela de responsabilidade do Estado nisso. Mandamos 41 atletas paranaenses, que fazem parte do Programação Geração Olímpica e Paralímpica. Tenho a responsabilidade, como atuo como secretário, de passar e apoiar esse programa, que já está indo para sua 12ª edição e ele vem numa crescente. Quando ele começou, lá em 2012, tivemos somente seis atletas e conquistamos uma medalha em Londres. Em 2016, o número cresceu de seis para 34 atletas participando e conseguimos duas medalhas. Em 2020, Tóquio, fomos com 35 atletas do programa e conseguimos nove medalhas. Agora, em Paris, aumentamos esse número, fomos com uma delegação de 41 atletas, representando o país, e conquistamos 11 medalhas nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris”, aponta.
Conforme d’El Rei, o programa Geração Olímpica e Paralímpica possui uma transversalidade muito grande, pois vem desde a base, e envolve desde crianças de 11 anos até adolescentes de 17 anos, na categoria formador. A categoria estadual inclui atletas que já participam de competições confederativas e federativas e, depois, as categorias nacional e internacional, com atletas que participam de competições de âmbito nacional e internacional, em busca de espaço para, eventualmente, obter vaga para os Jogos Olímpicos e Paralímpícos, ao competir nos Mundiais, Panamericanos e Sul-Americanos.
“Também apoiamos os professores e os técnicos que atuam na formação desses atletas, que também devem ser valorizados pelo que fazem. O Geração Olímpica contribui de forma direta para a pessoa física. Temos também outro projeto, o ProEsporte, promulgado em 2017/2018, quando começou a discussão para a regulamentação da lei. Iniciamos o primeiro edital em 2019 e, de lá para cá, foram R$ 83 milhões em renúncia fiscal de ICMS, autorizada pela Secretaria da Fazenda, do nosso governador Ratinho Junior, aplicados diretamente no trabalho de treinamento e no trabalho de suporte a equipes e atletas, individualmente. O dinheiro não vai para a mão do atleta, mas vai para dar suporte na preparação, para treinamento, fisioterapia, viagens, competições. Já temos aprovados mais R$ 50 milhões para fazer agora, para 2026 e 2027. Para 2025, abrimos o edital e aí temos mais R$ 50 milhões para apoio a projetos esportivos em 2026 e 2027”, explica.
No dia a dia dos paranaenses, mesmo quem não é atleta de competições esportivas é contemplado pelo portfolio de programas desenvolvidos pela Secretaria. Os Jogos Escolares do Paraná, em que competem alunos de 11 a 17 anos, em duas categorias de mais de 20 modalidades, com 32 regionais, oito macrorregionais e duas finais, com o envolvimento de mais de 100 mil crianças. Arthur Lanci, de Paranavaí, que ficou em 5º lugar com Evandro, no vôlei de praia em Paris 2024, foi relevado nos Jogos Escolares do Paraná de 2012, em Toledo, quando ele representava o Colégio Nobel, de Maringá. Na ocasião, o atleta olímpico tinha 16 anos. “Temos o princípio de que o esporte tem que começar na escola; é onde toda criança passa, é o ambiente mais democrático que existe para iniciar a atividade esportiva”, ressalta.
Além dos JEPs, a Diretoria de Esportes possui o processo de capacitação, em parceria com outras entidades, dos professores que atuam na rede pública estadual, com oferta de cursos também aos professores das redes públicas municipais, em parceria com o Conselho Regional de Educação Física (CREF-PR).
“Desenvolvemos essa iniciativa, o início do processo dentro do ambiente da escola. Depois, passamos para as seleções municipais, com os Jogos da Juventude, Jogos Abertos, Paraná Bom de Bola, o Paraná Combate. O Paraná Combate, em Pato Branco, é um evento inédito no Brasil: nós unimos esportes de combate, alguns olímpicos, outros, não: boxe, capoeira, jiu-jitsu, judô, karatê, kickboxing, kung fu, taekwondo e wrestling. Esses esportes de combate estão sendo realizados, simultaneamente, numa única cidade”, conta.
A competição envolve 2,5 mil atletas de 71 municípios paranaenses. D’El Rei destaca que a competição esgotou as vagas de toda a rede hoteleira de Pato Branco e da circunvizinhança, o que movimenta, também toda a rede de serviços e o comércio do entorno.
D’El Rei aborda na entrevista também o desafio de incentivar o esporte nas novas gerações, num período em que a tentação da distração tecnológica é um convite cada vez mais convincente ao sedentarismo. “Esse é um movimento que tem que ter a participação de muitas pessoas, principalmente da família, que deve ser o elo inicial de provocar as crianças a saírem do sedentarismo e estarem presentes nas atividades esportivas. Vai muito do papel do pai, da mãe, do irmão mais velho em criar referências para que a criança faça atividade esportiva”, cita. Ele ressalta que o esporte tem um papel muito importante na qualidade de vida das pessoas, pois o ser humano tem uma necessidade de manter seu corpo ativo a fim de proporcionar bem-estar e saúde. “Obviamente, nesse processo da qualidade de vida, acabam se destacando os talentos esportivos que podem seguir carreira dentro de algum esporte que ele escolheu”, acrescenta.
Além do aspecto da saúde física, o esporte contribui para a socialização e, na visão de d’El Rei, solidifica valores que a criança e adolescente vão carregar para suas vidas futuras. “Os valores que estão intrínsecos no esporte – o respeito ao próximo, a disciplina, o comprometimento, saber perder. A pessoa vivenciando isso no esporte e tendo o bom acompanhamento de um profissional da Educação Física, orientando-o, ela não vai se abater no primeiro revés que tiver na sua vida, quando vai fazer um vestibular e não passa. O esporte ensina: preciso aprender com meus erros, para ganhar na próxima, não posso desistir. Tem tantas coisas que são positivas do esporte que quem vive isso está muito mais preparado para a vida, porque já tem absorvidas essas questões que o esporte vai te ensinar. Para ser um vencedor, você tem que perder muito, aprender muito com o que você fez na sua carreira esportiva para chegar no ápice de ser o vencedor”, pondera.
A busca de qualidade de vida, que passa também pela atividade física e pela socialização oportunizadas pelo esporte, não se limita aos jovens: quem está na meia-idade e os idosos também precisam dela. Segundo d’El Rei, as iniciativas contemplam quem tem de 11 a 90 anos. “Criamos o Paraná Master, que é uma competição para atletas acima de 45, 50, 55 anos, que ainda estão com viés competitivo. Mas temos também os Jogos da Integração do Idoso, em que, através de atividades lúdicas e recreativas, estamos atendendo mais de 4 mil idosos durante o ano, em momento onde cada município participa com 30, 40 idosos nos eventos que nós desenvolvemos. Nosso evento é só um meio para que ele tenha continuidade dessas atividades no seu dia a dia no município”, observa.
A ampliação do atendimento ao idoso, na parte esportiva, vai demandar a mesma regionalização que ocorreu com os Jogos Abertos e os Jogos da Juventude, na visão do diretor de Esportes.
Cristiano Barros Homem d’El Rei trabalha junto ao esporte paranaense há 37 anos, desde setembro de 1987, com passagens por diversas funções. Nas mais de três décadas de experiência acumulada em Gestão Esportiva, adquiriu experiência no planejamento em gestão de instalação e operação de eventos, gerenciando projetos e suas interfaces, propondo soluções eficientes ao longo de todo o ciclo de vida do projeto. Possui atuação em grandes, médios e pequenos eventos, públicos, privados e no terceiro setor, com habilidades de adaptação, comunicação, flexibilidade, dinamismo e gestão de equipes.
Sua experiência profissional inclui participação em dois Jogos Olímpicos (Pequim/2008 e Londres/2012); organização em um Jogos Olímpicos e Paralímpicos (Rio de Janeiro/2016); organização dos Jogos Panamericanos e Parapanamericanos (Rio de Janeiro/2007); participação nos Jogos Panamericanos (Guadalajara/2011); 10 anos de experiência no Comitê Olímpico do Brasil (2005-2014); dois anos de experiência no Comitê Organizador Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio2016 (2015-2016) e mais de 20 anos em gestão pública no Governo do Estado do Paraná.
Apresentado por João Barbiero, o programa Ponto de Vista vai ao ar semanalmente, aos sábados, das 7h às 8h, pela Rede T de Rádios do Paraná.
A Rádio T pode ser ouvida em todo o território nacional através do site ou nas regiões abaixo através das respectivas frequências FM: T Curitiba 104,9MHz; T Maringá 93,9MHz; T Ponta Grossa 99,9MHz; T Cascavel 93,1MHz; T Foz do Iguaçu 88,1MHz; T Guarapuava 100,9MHz; T Campo Mourão 98,5MHz; T Paranavaí 99,1MHz; T Telêmaco Borba 104,7MHz; T Irati 107,9MHz; T Jacarezinho 96,5MHz; T Imbituva 95,3MHz; T Ubiratã 88,9MHz; T Andirá 97,5MHz; T Santo Antônio do Sudoeste 91.5MHz; T Wenceslau Braz 95,7MHz; T Capanema 90,1MHz; T Faxinal 107,7MHz; T Cantagalo 88,9MHz; T Mamborê 107,5MHz; T Paranacity 88,3MHz; T Brasilândia do Sul 105,3MHz; T Ibaiti 91,1MHz; T Palotina 97,7MHz; T Dois Vizinhos 89,3MHz e também na T Londrina 97,7MHz.