há 8 horas
Análise por Amanda Martins

A permanência do Santos na Série A ganhou novos contornos, e um roteiro digno de novela, após os jogos desta quarta-feira (3). O Peixe fez sua parte e venceu o já rebaixado Juventude por 3 a 0, em Caxias do Sul, um respiro raro em uma temporada marcada por oscilações, incertezas e muita pressão.
Mas o capítulo seguinte veio de onde poucos imaginariam: o São Paulo, rival histórico, também venceu por 3 a 0 o Internacional, justamente um dos concorrentes diretos do Santos na briga contra o rebaixamento. É irônico, mas factual: neste momento, parte do destino santista passa pelas mãos tricolores.
Santos sobrevive, por um fio
Mesmo com a vitória, o Santos segue caminhando no arame. São 41 pontos e uma fuga do Z-4 sustentada por um detalhe quase simbólico: um único gol de saldo. O Internacional segue colado, com a respiração na nuca do Peixe. Vitória, Fortaleza e Ceará também estão embaralhados nesse bolo que ninguém quer disputar.
Matematicamente, o Santos depende apenas de si. Mas emocionalmente, esportivamente e pragmaticamente, o torcedor sabe: esta reta final tem mais nuances do que a tabela mostra. E o destino resolveu colocar o São Paulo nesse enredo.
O fator São Paulo: rivalidade que vira “ajuda”?
O Tricolor, embalado pela busca por vaga na Libertadores, enfrenta justamente dois adversários que podem empurrar o Santos de volta à Série B: Internacional e Vitória. Já venceu o primeiro com autoridade; agora encara o segundo no Barradão.
Se vencer os dois, ou ao menos um deles, ajuda diretamente o Santos, mesmo que isso não faça parte da agenda sentimental da rivalidade.
É aí que surge a dúvida: estamos vivendo uma espécie de “União SanSão”? Talvez involuntária, talvez circunstancial, mas inevitavelmente real.
Última rodada: final com cheiro de drama
O Santos fecha o Brasileirão em casa, diante do Cruzeiro. Teoricamente, um jogo duro para quem ainda tem vida na parte de cima da tabela. O Peixe precisará repetir a postura madura demonstrada em Caxias do Sul. Já o São Paulo encara o Vitória, que briga pela vida. A julgar pela rodada que passou, o roteiro já deixou claro: nada será simples, nada será óbvio.
No fim, o futebol entrega: rivalidade à parte, sobrevivência fala mais alto
O torcedor santista, que costuma torcer contra o São Paulo, agora se vê numa posição desconfortável, mas necessária: acompanhar, de olho apertado, cada lance tricolor como quem acompanha um aliado. Do outro lado, o São Paulo joga pela própria ambição, mas acaba, de quebra, influenciando o destino do rival.
Se essa improvável convergência terminar com o Santos salvo, a temporada de 2025 ganhará um capítulo histórico, daqueles que só o futebol consegue produzir.