O portal D’Ponta News iniciou na última terça-feira, 19, uma série de reportagens sobre ‘A Pandemia em PG’. Publicada sempre às terças e quintas-feiras, a série trará sempre uma entrevista exclusiva com a opinião de um convidado sobre as atitudes tomadas no início da pandemia, a atual situação e também como enxerga o futuro para Ponta Grossa.
Exatos dois meses após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 em Ponta Grossa, a cidade tem até o momento (21 de maio, 15h) 50 infectados pelo novo coronavírus. De acordo com o médico e vereador Magno Zanellato, as medidas iniciais tomadas pela Prefeitura para conter o vírus foram acertadas. “Não se sabia nada sobre a doença, sobre um possível tratamento, então foram medidas bem acertadas”, comenta.
Para o médico, o cenário atual na cidade é bastante satisfatório. “Depois de dois meses de isolamento temos hospitais praticamente vazios, todos eles, com 30% de ocupação, UTIs para Covid com 20% de ocupação, com médicos dentro das UTIs para atender um caso”, afirma. Ele ainda diz que o isolamento social em Ponta Grossa já cumpriu seu papel. “Qual o sentido do isolamento? Preparar o sistema médico-hospitalar para o atendimento de muitos pacientes doentes. Nós temos condições de atender e estamos mantendo o isolamento. Completamente sem sentido”, complementa.
Nós não estamos sabendo lidar com essa situação privilegiada.
Magno Zanellato – médico e vereador em Ponta Grossa
No entanto, Magno lembra que esse tipo de decisão deve ser tomado com base nas evidências locais. “Cada local é diferente. No Paraná inteiro temos uma posição privilegiada e confortável. Ponta Grossa mais ainda. Só que nós não estamos sabendo lidar com essa situação privilegiada”, comenta.
Magno acredita que, levando em conta o atual cenário, o comércio já poderia reabrir. “Poderíamos abrir o comércio regularmente. No meu ponto de vista, até escola nesse momento poderia reabrir”. O vereador afirma que os cuidados deveriam ser focados em barreiras rodoviárias. “No meu ponto de vista tem que fazer uma vigilância muito grande em rodoviária, com aferição de temperatura e questionários, e ficar monitorando a quantidade de casos”, complementa.
O vereador ainda afirma que se fosse gestor criaria um comitê com representantes de várias áreas, como escolas, polícias, e entidades médicas, para tomar decisões a respeito da pandemia na cidade. “Abre os horizontes quando a gente tem uma discussão multidisciplinar. Eu acho que muitos advogados, juízes, promotores, gostariam de escutar o que eu falaria numa audiência dessa, porque eu circulo nos hospitais todos os dias e tenho informações que, muitas vezes, o promotor que não está saindo de casa não tem”, finaliza.