Domingo, 18 de Maio de 2025

Capitão Saulo mira nos eleitores indecisos para angariar votos

2022-09-29 às 17:00

O candidato a deputado federal Capitão Saulo (Republicanos) apresentou algumas das pautas que pretende defender na Câmara Federal, se eleito, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta quinta (29).

Nos últimos dias de campanha eleitoral, Capitão Saulo tem mirado nos votos dos indecisos. Ao abordar eleitores, o candidato tem perguntado se já definiram em quem vão votar para federal e, segundo ele, muitos dizem que “ainda estão verificando”. Na quarta (28), o capitão visitou Cambé, Arapongas e Londrina, em visitas a empresas e ao comércio para angariar votos.

Ele aponta que, numa empresa de 45 funcionários, nenhum tinha definido candidato a federal. “Agora é realmente o momento e quero utilizar a abertura desse espaço para fazer com que chegue o nome do Capitão Saulo como [candidato a] deputado federal e, principalmente, o número, que é muito importante no momento de votação”, frisa.

Policial militar de carreira, o ponta-grossense de 44 anos Saulo Vinícius Hladyszwski foi eleito, em 2020, o vice-prefeito de Ponta Grossa, então no PSD. Saulo diz que a diferença de 2020 para as eleições atuais, com uma campanha individual, é o cansaço mental. “Mas eu não digo que estou cansado, falo que estou vibrando. Como se diz no linguajar militar, por mais cansado que você esteja, você está vibrando”, comenta.

Para Capitão Saulo, a campanha corpo a corpo junto aos eleitores tem aquecido os dias frios e de chuva. “A aceitação do nosso nome, que me coloquei agora como [candidato a] deputado federal tem sido muito grande”, afirma.

Depois de ter se desligado do grupo político da prefeita Elizabeth Schmidt (PSD), o vice-prefeito licenciado, que também preside o diretório municipal do Republicanos, afirma estar imbuído, nesse início de caminhada com as próprias pernas na política, de estabelecer uma rede de contatos. “Sei que hoje tenho a possibilidade, por estar começando, de dar atendimento às pessoas. Tenho falado muito em meus discursos: ‘garanto a você uma resposta, mesmo que negativa’. Minha prioridade é essa: dar uma resposta às pessoas”, enfatiza.

Capitão Saulo afirma que prefere deixar a política do que modificar sua essência, sua maneira de ser. “Tudo que construí foi por esforço próprio e, agora, mais uma vez, desta vez, em especial, me colocando à disposição da população”, aponta.

Segundo o candidato, o Republicanos tem condições de eleger três deputados federais pelo Paraná. “Temos uma chapa muito boa, com muito candidato acima de 30 mil votos”, pontua. Dois parlamentares do partido cumprem mandato atualmente – Aroldo Martins e Diego Garcia. Capitão Saulo acredita que eles permaneçam na Câmara Federal e que a votação da sigla garanta três ou quatro cadeiras paranaenses.

“Estou concorrendo com gente que vem há 20, 30 anos concorrendo, que tem três, quatro mandatos e cinco, seis, 10 vezes mais fundo eleitoral do que eu”, compara. “Se Deus achar que não é o momento, quero continuar fazendo esse trabalho”, emenda.

Recursos

Com R$ 300 mil recebidos de Fundo Partidário – R$ 200 mil do Diretório Nacional e R$ 100 mil do Estadual do Republicanos – Saulo diz que é preciso “fazer mágica” para tocar a campanha, se comparado aos recursos obtidos por candidatos a deputado federal de outros partidos, na casa dos milhões de reais.

“A mágica consiste no apoio que estou tendo das pessoas que conhecem o Capitão Saulo e que tiveram uma vivência muito grande comigo. Sou nascido e criado em Ponta Grossa, tenho 44 anos de idade e 23 dedicados à Polícia Militar, sendo 16 à Patrulha Escolar e ao Proerd. Nessa caminhada, trouxe muitas pessoas comigo e são elas que estão me ajudando”, diz. O candidato considera a esposa, Luciana Delgobo, uma das maiores responsáveis por essa “mágica”, sua principal apoiadora e cabo eleitoral.

Dos R$250.430,00 aplicados em despesas de campanha, menos de 10% foram investidos em publicidade impressa: R$21.230,00, o que não chega a 8,5%. Saulo afirma que procura distribuir um santinho por eleitor, sem esbanjar recursos. “A grande dificuldade hoje é as pessoas terem conhecimento de que o Capitão Saulo é candidato a deputado federal e o número”, afirma o candidato, que trocou o PSD pelo Republicanos.

Proerd

Capitão Saulo ganhou projeção no município à frente do Proerd – Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, da Polícia Militar. Ao longo de 16 anos de atuação no Proerd, 170 mil crianças foram formadas na região dos Campos Gerais. “Comandei o Proerd em 72 municípios, a partir da criação da Companhia. Foi o grande trabalho que Deus me deu poder trabalhar junto ao nosso principal tesouro, o principal bem que temos que cuidar, que é a criança e o adolescente. Isso me credibilizou para eu estar como vice-prefeito de Ponta Grossa. Só em Ponta Grossa foram 60 mil proerdianos”, conta.

Um dos projetos que o candidato pretende levar a Brasília é a ampliação das Patrulhas Escolares Comunitárias e o fortalecimento do Proerd e transformá-lo em uma política pública de segurança nos estados, através da implementação de subsídios do governo federal, a partir de verbas para a aquisição de equipamentos como para contratação de pessoal. “Já tenho modelo pronto, o CMEIV (Corpo de Militares Estaduais Inativos Voluntários), que hoje já funciona no Paraná, nas escolas estaduais, são militares da reserva que voltam ao serviço ativo, fazem um contrato por um determinado período de tempo e vão poder estar atuando nas escolas”, explica.

Capitão Saulo pretende que esses militares trabalhem com alunos do 7º ano, no ensino fundamental II, uma vez que o Proerd trabalha com alunos do 5º ano. “No 7º ano, já se pode falar de forma mais direta com o adolescente, algumas coisas que, com uma criança, fica complicado falar. Como adolescente, já tem condição de perceber aquilo”, diz.

Outro projeto do candidato da deputado federal é facilitar o porte de arma para algumas categorias, como advogados, comerciantes, produtores rurais e vigilantes. Ele propõe, ainda, que se criem Polícias Municipais, numa estrutura similar à dos xerifes americanos. “Não é simplesmente mudar o nome da Guarda para Polícia, tem a ver com a formação”, justifica.

Vice licenciado

O candidato a deputado federal lamenta que a aproximação ao grupo político que o tornou vice-prefeito tenha durado apenas o período de campanha eleitoral em 2020, pois ele não participa de decisões do Executivo. Uma das decisões da prefeita que ele foi contrário e que teria sido uma das razões para ele se candidatar a federal foi a do fechamento do Hospital Municipal Amadeu Puppi.

“A justificativa que foi dada era que o papel do vice era esse, que eu não participaria das decisões, até porque a prefeita mesmo falou – e eu não falo nenhuma inverdade aqui – que o CPF é dela e do secretário, não é do vice-prefeito. As decisões são tomadas por ela, pelo secretário e pelo grupo que está lá. E eu vim pedindo, incessantemente, durante esse tempo, para ajudar, para participar”, critica.

Capitão Saulo diz que não teria deixado a PM se não fosse para fazer mais pela população. “Me senti incomodado, nesse tempo que passei como vice-prefeito, de não conseguir alcançar aquilo que vim buscar e é isso que estou fazendo nesse momento. A própria prefeita tem esse entendimento, de que eu me elegendo vou poder ajudar muito mais minha cidade”, diz.

“Abandonei minha carreira como capitão, poderia ir embora como coronel e estar numa tranquilidade plena pelo resto da minha vida. Mas eu vim aqui fazer mais pelas pessoas, porque é assim que me realizo”, acrescenta.

A licença de Saulo para fazer a campanha eleitoral termina nesta sexta (30). Ele afirma que, se não for eleito deputado federal, na segunda (2) está de volta ao gabinete. “Estou vice-prefeito, se for da vontade popular, até o dia 31 de dezembro; se não, até o fim de 2024 continuo vice-prefeito da cidade”, afirma.

Clique aqui e confira a entrevista de Capitão Saulo na íntegra.