Quarta-feira, 14 de Maio de 2025

D’P Pessoas: Mauricio Cury

2022-12-30 às 14:19
Foto: Divulgação

“Um bom DJ toca as músicas que você queria ouvir. Um grande DJ toca as músicas que você não sabia que queria ouvir.” É assim que o DJ e produtor musical ponta-grossense Mauricio Cury define a atividade que exerce há quase 30 anos. Apaixonado por música desde a infância, Mauricio começou a se aventurar pela profissão tocando em pequenas festas, apenas para amigos. De lá para cá, já se passaram 28 anos e mais de 2 mil apresentações em casas noturnas e festas de norte a sul do Brasil. Com um set que vai da vanguarda ao “mainstream”, Mauricio se especializou na categoria Open Format (formato aberto, em tradução literal) e se destaca como um dos nomes mais cotados para casamentos e eventos sociais. Recentemente, ele começou a produzir as suas próprias músicas e viu as suas obras serem executadas por diversos DJs e emissoras de rádio. Em 2020, o ponta-grossense ganhou destaque no cenário nacional e teve o seu trabalho reconhecido pelo badalado DJ Alok, que tocou – e ainda toca – as suas produções em lives e shows. Na entrevista a seguir, Mauricio fala um pouco mais sobre a vida atrás das pick-ups.

O que a música significa para você?

A música sempre fez parte da minha vida. Na infância, eu fiz aula de violão e bateria, e toquei em banda marcial. Aos sábados era dia de ouvir música em casa e os meus pais me apresentaram muitas coisas boas da época que ainda são sucesso.

Quando você começou a atuar como DJ?

No início dos anos 90, eu fazia festinhas para amigos na garagem de casa, com caixa de som e luz que o meu avô fabricou. Aquilo era sensacional. Então foi algo que aconteceu naturalmente, ao mesmo tempo que o mundo foi conhecendo a profissão de DJ.

“A música sempre fez parte da minha vida. Na infância, eu fiz aula de violão e bateria, e toquei em banda marcial. Aos sábados era dia de ouvir música em casa e os meus pais me apresentaram muitas coisas boas da época que ainda são sucesso.”

Quais foram, para você, os pontos altos da sua carreira até agora?

Orgulho-me de ter sido o primeiro DJ a tocar na München Fest para mais de 50 mil pessoas e do reconhecimento nacional das minhas produções, que chegaram até o Alok. Além disso, fiz amizade com grandes nomes da música nacional, DJs, cantores e compositores.

Há quem pense que o trabalho do DJ é só “apertar o play”. Como é na realidade o seu trabalho?

O DJ precisa conhecer a história da música e a origem do que ele está tocando. Também precisa estar antenado às novas tendências e saber “ler” a pista para criar um set que conecte o público com ele.

Qual é a diferença entre um DJ e um produtor musical?

No caso específico da música eletrônica, a maioria dos produtores faz as suas próprias músicas e versões para tocar. Já o DJ usa as músicas lançadas no mercado. Eu comecei a produzir mesmo em 2004, quando senti a necessidade de ter material exclusivo para tocar.

“O DJ precisa conhecer a história da música e a origem do que ele está tocando. Também precisa estar antenado às novas tendências e saber “ler” a pista para criar um set que conecte o público com ele.”

Das músicas que você produziu, quais te dão mais orgulho?

São as que eu produzi com artistas da minha terra e que confiaram no meu trabalho, como Isabela Huk, Raynner, Rogerio Wack e, recentemente, Giovanna Barbiero.

Com qual artista você ainda sonha trabalhar?

Eu gostaria muito de abrir um show do Sebastian Ingross (Sweedish House Mafia). Identifico-me muito com a sonoridade dele.

Quais são os estilos que você mais gosta de tocar?

Eu sou apaixonado por house music e disco house. Acredito que gosto desses estilos por terem muito da sonoridade lá do início da música eletrônica e por eu ter podido viver toda essa evolução até agora.

O que você leva em conta na hora de montar um set?

Como eu trabalho hoje em dia com eventos fechados, eu crio uma base em casa através de algumas informações extraídas do contratante. Mas o acabamento do set eu faço no decorrer da festa, apenas sentindo a pista.

“Eu sou apaixonado por house music e disco house. Acredito que gosto desses estilos por terem muito da sonoridade lá do início da música eletrônica e por eu ter podido viver toda essa evolução até agora.”

Existem sonhos que você ainda gostaria de realizar na área da música?

Sim. Eu gostaria de poder tocar em alguns locais paradisíacos fora do país.

Você imaginava um dia chegar tão longe?

Se falar que eu imaginava, eu estaria mentindo. Sou muito grato a todos que ajudam a levar o meu trabalho tão longe.

Na sua opinião, qual é o segredo do sucesso no mundo da música?

Estudo, persistência e muita humildade. O sucesso é consequência da qualidade do trabalho que você realiza.

Conteúdo publicado originalmente na Revista D’Ponta #293 Novembro/Dezembro de 2022.