O júri popular do ex-policial militar Peterson Cordeiro da Mota teve início na manhã desta terça-feira (3), em Curitiba. O réu é acusado de estuprar e matar a jovem de 22 anos, Renata Larissa dos Santos, no dia 27 de maio de 2018. O corpo da vítima só foi encontrado mais de dois meses após o crime e o ex-policial nunca confessou a autoria.
Durante uma investigação de outro crime envolvendo Peterson, policiais localizaram fotos e vídeos de Renata Larissa algemada dentro do carro do suspeito. O homem segue preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
A previsão era que oito testemunhas participassem do júri, sendo seis de acusação e duas indicadas pela defesa de Peterson. Entretanto, uma das mulheres, que também foi vítima do ex-PM, desistiu de participar e reviver o drama da época. Desta forma, serão cinco testemunhas de defesa e duas de acusação. Duas moças que acusam o réu de estupro irão prestar depoimentos.
Familiares de Renata estão em frente ao Tribunal do Júri com faixas em protesto por justiça. O réu não irá comparecer e fará seu depoimento de uma sala especial localizada no Complexo Médico Penal. A expectativa é que a sentença seja proferida até a madrugada desta quarta-feira (4).
Entenda o caso
Na época do crime, Peterson era soldado da Polícia Militar do Paraná e estava lotado no 22º Batalhão da PM, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele teria marcado um encontro com a vítima e a levou até o estacionamento do Zoológico de Curitiba em maio de 2018. A partir disso, o celular de Renata Larissa perdeu o sinal e a jovem desapareceu. A família da jovem, desesperada, não sabia com quem ela havia saído e a polícia não tinha pistas sobre a localização da vítima ou do que teria acontecido com ela.
Peterson continuou trabalhando normalmente e, conforme as denúncias feitas para a Polícia Civil, cometeu abuso sexual contra outras mulheres durante o período em que ficou solto. As investigações chegaram até o PM depois de uma mulher que foi estuprada foi até a Delegacia da Mulher e registrou um boletim de ocorrência. Em uma perícia no celular do suspeito para investigar esta outra situação, a polícia encontrou fotos de Renata Larissa algemada com as mãos para trás e nua, sendo estuprada. Foram as imagens que indicaram que o ex-policial poderia ter relação com o caso.