Em entrevista exclusiva ao portal D’Ponta News, Mirielle Costa, ex-esposa do vereador de Ponta Grossa Izaias Salustiano (PSB), relatou como teria sido a madrugada que terminou com o parlamentar detido.
Ao contrário do que o vereador publicou em nota oficial na manhã desta sexta-feira (16), Mirielle afirma que os dois não estão separados e vivem na mesma casa. “Nós não estávamos separados, conforme a nota oficial que ele postou, nós moramos na mesma casa. Mas desde que eu sei que ele tem essa amante, por reiteradas vezes eu peço pra ele que se retire de casa, que termine o casamento, que siga a vida dele, porque ninguém é obrigado a aceitar uma situação em que a pessoa vai, tem um amante e volta pra casa. Nenhuma mulher tem que se sujeitar a isso”, diz.
Confusão na chácara
Segundo Mirielle, ela estaria ‘farta das mentiras dele’ e teria ido até a chácara em que Izaias estava para ‘conseguir resolver a situação’. “Então a minha atitude de ir até a chácara foi porque, como eu já estava farta das mentiras dele, eu gritei ‘eu pego ele no flagrante’ porque eu sabia que eles estavam lá, eu vi fotos postadas. Aí eu falei: ‘eu pego ele no flagrante e ele não vai poder negar que estava com ela e finalmente a gente vai conseguir resolver essa situação’, porque não tenho mais como sustentar”, explica.
Ao chegar na chácara, Mirielle relata que o vereador teria se assustado com a presença dela. “Falou pra mim que eu não tinha que estar lá, porque o meu lugar de esposa era em casa esperando ele chegar. Aí começaram as discussões, começaram as agressões. A amante veio me agredir, eu revidei, porque partiu dela a atitude de me agredir”.
Agressões
Na sequência, Mirielle relata como teriam sido as agressões. “Aí depois disso ele começou a me agredir também, aí ela entrou, se escondeu lá dentro e ele ficou me agredindo lá fora. Me jogou no chão, pisou em cima de mim, deu chute, pontapé, bateu no meu rosto, machucou minha boca”, diz.
Mirielle afirma que não estava armada com um porrete, conforme Salustiano teria dito, mas que usou um pedaço de lenha para bater no parabrisa do carro dele. Depois disso, Mirielle relata que foi até a 1ª Companhia do Batalhão da Polícia Militar, no Parque Ambiental, e que os policiais a encaminharam até a 13ª SubDivisão Policial para confecção de boletim de ocorrência.
“Na verdade eu pensei um milhão de vezes antes de fazer isso, mas só que eu não vou aceitar ser agredida, sabe? Não vou aceitar. Eu pensei um milhão de vezes, mas aí fui lá e fiz, ele paga fiança pra ir embora e ainda ficam, no fim das contas, faz uma nota mentirosa e ainda postam comentários que defendem ele. Então me senti ultrajada, me senti indignada. Como se a Justiça no Brasil se resumisse a dinheiro. Vai lá, paga a fiança e está livre”, afirma.
Após o pagamento da fiança, Mirielle diz que Izaias retornou para casa. “Ele voltou pra casa de madrugada, depois que ele pagou a fiança, ele voltou, aí ele pegou uma parte das coisas dele e saiu”, explica. Sobre os próximos passos da situação, ela afirma que espera “que ele responda e que arque com as consequências e com as punições”.
Por fim, Mirielle afirma que “a verdade vai aparecer e como ele diz que tem vídeos, ele que poste o vídeo então, mostrando”. Ela ainda completa. “A minha vida tem que seguir, eu tenho que continuar trabalhando, cuidando do meu filho, das minhas filhas”.
Histórico de agressões
Além das agressões que teriam ocorrido nesta madrugada, Mirielle afirma aque agressões verbais eram recorrentes durante o casamento. “Mais agressão verbal e humilhação, do que agressão física”.
Questionada sobre outra situaçao de agressão que teria ocorrido em janeiro deste ano, ela diz que Izaias teria discutido com a filha e quebrado o celular dela. “Foi a mesma situação por causa dessa amante aí, onde ele ficou fora de controle, acabou quebrando o celular dela [da filha Izabele], empurrando também”.
Relembre o caso
O advogado e vereador Izaías Salustiano (PSB) foi detido em flagrante na madrugada desta sexta-feira, 16, acusado de agressão à ex-esposa, Mirielle Costa. O vereador foi conduzido até a 13ª SDP e liberado após pagamento de fiança de 4 salários mínimos, R$4,4 mil.