O candidato à reeleição ao governo do Paraná, Ratinho Junior (PSD), falou sobre a condução do processo licitatório para estabelecer uma nova concessão de pedágio nas rodovias do estado durante entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), desta quinta (29).
Ratinho Junior afirma que, como governador, buscou apoio do Ministério Público Federal e da Justiça Federal para cobrar das concessionárias que fossem realizadas as obras retiradas dos contratos. Foi pactuado um acordo de leniência com concessionárias de pedágio que exploravam rodovias no Paraná.
O concorrente à reeleição frisa que o acordo de leniência só é aprovado pela Justiça Federal com anuência do governador, através da Procuradoria-Geral do Estado, que estabelece as condições para firmá-lo. “Recuperamos R$ 1,3 bilhão do contrato, senão não teria acontecido a leniência”, destaca.
Segundo o governador, há uma importante participação do Ministério Público Federal (MPF) no acordo, por ter sido o órgão responsável por investigar todas as irregularidades nos contratos de concessão de pedágios nas rodovias do Paraná. “A Justiça Federal só aceita uma leniência proposta pelo Ministério Público se a Procuradoria-Geral do Estado, com anuência do governador, dê o aceite. Nós só aceitamos com as obras. O Ministério Público Federal queria apenas que baixasse o preço e eu falei: ‘não, só baixar o preço não serve para o Paraná'”, enfatiza.
O candidato avalia que a mera redução de preços nas praças seria esquecida seis meses depois, o desconto seria retirado e as condições das rodovias permaneceriam as mesmas. “Quero que fique para a população obra bem feita, tanto que o Trevo Cataratas não tem mais pedágio mas está lá para a população, isso é um ganho para a sociedade”, diz.
Questionado sobre a ciência de que os antigos contratos com as concessionárias seriam encerrados em novembro do ano passado e, mesmo assim, o Estado não abriu o edital em tempo hábil para que o serviço de manutenção das rodovias fosse interrompido, o governador afirmou dividir as concessões de pedágio em “dois tempos”. O primeiro é o contrato encerrado, “que foi uma novela mexicana trágica para nosso Estado, porque era um contrato mal feito, com obras tiradas do contrato. Tivemos políticos que se elegeram com mentiras à população e, acima de tudo, muita corrupção nesses contratos”, analisa.
“Exigi que aquelas obras que tinham sido tiradas do contrato voltassem”, diz. Entre as obras já executadas, de acordo com ele, estão as terceiras faixas, na BR-277, sentido Guarapuava. “Em Cascavel, há 35 anos se falava do Trevo Cataratas, que é o maior entroncamento rodoviário do Sul do Brasil. Exigimos que fosse feita essa obra e está lá entregue à população”, diz.
O governador, candidato à reeleição, afirma que primeiro tinha que “resolver os erros do passado” e cobrar a execução dessas obras. “Imagine quantas pessoas morreram nessas rodovias, por irresponsabilidades de ex-governadores que tiraram essas obras dessas rodovias pedagiadas, que poderiam estar duplicadas e ter evitado esses acidentes”, observa.
Confira a entrevista de Ratinho Junior na íntegra: