Sábado, 07 de Junho de 2025

Gomyde quer estender ensino integral na rede estadual do Paraná

2022-08-27 às 16:04
Foto: Eduardo Vaz

O candidato a governador Ricardo Gomyde (PDT) afirmou, em entrevista ao portal D’Ponta News em parceria com a Rede T de rádios, na manhã deste sábado (27), que pretende estender o ensino integral na Rede Estadual de Ensino.

“O Paraná tem cerca de 1 milhão de estudantes na rede pública e só 25 mil na Educação Integral. Temos que investir aí”, afirma o candidato pedetista. Gomyde pretende aproveitar a produção da agricultura familiar para fornecer a merenda a esses estudantes.

Já os recursos financeiros para investir nessa extensão do ensino integral devem vir dos programas de isenção fiscal, segundo a proposta de Gomyde. “Em 2022, o governo atual deu isenção fiscal de R$ 17 bilhões para empresas, com sigilo. Não tem transparência, não se sabe exatamente quem está ali. Evidentemente, teve muita coisa boa, mas dali tem muita gordura para tirar. Tirar recursos para fazer um projeto maravilhoso de ensino integral”, garante.

O candidato argumenta que sua ligação com a educação vem de berço, porque seus pais eram educadores. Formado também no curso de Direito, foi na época da faculdade Comunicação, na PUC do Paraná, que nasceu sua relação com a política, quando encampou a luta contra o aumento abusivo das mensalidades e quando se juntou aos “caras pintadas” no “Fora Collor”, em 1992.

“Fruto daquilo eu me elegi o deputado federal mais jovem do Brasil, em 1994. Eu entrei com 23 anos, sem ter o apoio de nenhum prefeito, sem ter o apoio de ninguém da estrutura tradicional da política. Só com o apoio de estudantes, jovens, professores, vinculado à causa da educação. Eu fui vice-presidente da Comissão de Educação em Brasília, discuti essas questões. Agora, na campanha, estou atento não só para nossas universidades, mas também para nossa rede pública de ensino”, aponta.

Ainda nesta semana, o candidato se reuniu com integrantes da APP Sindicato para debater as pautas da categoria. “Ao pensar em educação, tem que ter uma primazia pela valorização do profissional da educação, não só o professor, mas todos aqueles que atuam na área. Isso vou fazer bastante, como fiz ao longo da vida”, frisa.

Problema da educação no PR

Gomyde analisa que a evasão do Ensino Médio no Paraná é muito alta e que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) “não está da maneira que merecíamos que estivesse”. “Sou do PDT e nós temos uma larga tradição de investimento na Educação, desde a época do Brizola. Depois, o Darci Ribeiro, que relatou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) do país, que é vigente até hoje”, menciona.

O candidato cita outros resultados atingidos por administradores do PDT no setor educacional, a exemplo do ex-prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo McDonald, em cuja administração o município obteve o segundo melhor IDEB do Brasil entre cidades. O resultado foi inferior apenas ao do município cearense de Sobral, que era gerido pela família Gomes.

“Tivemos experiência exitosa na Educação, com o Gustavo Fruet, do PDT, é muita coisa boa que a gente vai trazer, aproximar. Eu discuti isso lá na APP Sindicato para dar uma prioridade, um olhar diferente, um olhar pro futuro, investir e fazer gestão. Porque não adianta só investir e não fazer gestão, gestão como foi feito no Ceará, Foz do Iguaçu, Curitiba. Vamos cuidar de maneira bem direta, colocando as mãos na massa para bem gerir os recursos de educação do Paraná”, promete.

Ensino Superior

O candidato avalia que o governo atual se distanciou muito das universidades. “A Secretaria de Ciência e Tecnologia não faz o que deveria fazer e, recentemente, se aprovou a Lei Geral das Universidades, que fere a autonomia delas”, observa. Gomyde relata que há poucos dias se reuniu com o professor Leandro Vanalli, recém-eleito reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e com o prefeito daquele município, Ulisses Maia.

“Vamos, de imediato, montar uma comissão que vai reformular essa lei, para que seja uma lei boa, que ajude as universidades e não uma lei que fira a autonomia universitária. Temos que recompor os quadros das universidades estaduais, que são joias espalhadas pelo estado. Muita gente aposentou e não houve reposição à altura”, analisa.

Incentivo à pesquisa

O candidato opina que é preciso ampliar o incentivo à pesquisa nas universidades paranaenses. “Temos que fazer pesquisas, temos a UEPG, a UEM, a UEL, a Unioeste, as nossas universidades estaduais têm que estar em sintonia com a sociedade, porque muita gente pensa que a universidade é do aluno, do professor e do funcionário que lá trabalha. Não é isso. A universidade é da sociedade, tem que estar inserida na sociedade, ajudar a pensar a sociedade, ajudar a achar solução para os problemas da sociedade. Isso vamos fazer, estimular, fazer a reposição, rediscutir a lei geral, mas torná-la mais perceptível para a comunidade”, defende.

Esporte

Boa parte da trajetória de Gomyde passa pela gestão esportiva. “Por oito anos eu fui secretário de esporte do Paraná. Uma coisa que eu fiz e quero fazer mais bem feito é o esporte na escola, porque, se você tiver o esporte dentro da escola, você vai estar formando os nossos cidadãos para ter a cultura esportiva da atividade física, regular e continuada em toda a sua vida, porque a atividade física e o esporte não é exclusivamente para quem vai ser atleta”, destaca.

Segundo o candidato, o incentivo ao esporte deve servir para melhorar a qualidade de vida das pessoas, seja na idade escolar, seja na terceira idade, com atividades monitoradas, que podem contribuir como ação preventiva em saúde, em sua análise.

“Na escola, não é só aquele vocacionado para virar atleta depois, mesmo aquele que tem sobrepeso, todo mundo tem que chamar, para a atividade física regular. A ONU já comprovou no passado que para cada centavo investido no esporte você retira no mínimo seis ao longo da vida do cidadão só em saúde pública, esse é um investimento inteligente”, acredita.

Gomyde trabalhou nos bastidores da organização da Copa do Mundo da Fifa de Futebol, em 2014; depois, nos Jogos Olímpicos de 2016, enquanto assessor do Ministério do Esporte. “Sempre com um olhar, não só esportivo, mas com uma perspectiva de investimento, geração de emprego e renda. Fiquei 12, 13 anos, só no ambiente da gestão esportiva”, salienta.

 

Confira a entrevista de Gomyde na íntegra: