O candidato Luiz Carlos Rodrigues Júnior (PROS) enumerou suas propostas para atuar dentro da Assembleia Legislativa em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta quarta (21).
O representante comercial ponta-grossense, de 38 anos, já concorreu a vereador em 2008, em Teixeira Soares, pelo PSDC, e em 2016, em Irati, pelo PRB, quando fez 188 votos. Nas duas ocasiões, ficou na suplência.
Desenvolve, há sete anos, um trabalho com a página “Fiscal do Povo PR”, nas redes sociais. “O carro-chefe da nossa campanha, não só dela, mas da minha vida, é a família”, destaca.
O candidato viveu mais da metade de sua vida em Ponta Grossa, onde nasceu e cresceu. Aos 22 anos, se casou e foi morar em Irati, na região Centro-Sul. “Mas fico mais em Ponta Grossa do que em Irati”, emenda.
Mesmo já tendo sido candidato a vereador em duas ocasiões, defende que não é do meio político e que mantém uma página independente em que “mostra realidades da região”. O estopim inicial da página foi uma circunstância em que a filha de Luiz Carlos estava com 39°C de febre e o posto de saúde do distrito de Itapará – a cerca de 50 quilômetros do centro urbano de Irati – não tinha paracetamol. Ele precisou ir com a criança até o Centro de Irati para adquirir o medicamento. Para piorar, as condições da estrada, que não era pavimentada – apenas neste ano foi anunciada uma verba para asfaltar o primeiro trecho de cinco quilômetros.
“Foi a partir daquele momento que comecei a fazer vídeos mostrando as realidades e a indignação das pessoas. Cresceu esse trabalho. Faz sete anos que faço esse trabalho e não temos ‘rabo preso’ com nenhum grupo político”, frisa.
A página cresceu a tal ponto que foi alvo de hackers, que a derrubaram e ela precisou ser reiniciada. “Postamos vídeos das chuvas e tivemos cerca de 4 mil curtidas e quase 1 milhão de visualizações”, aponta.
Cumpre observar que as inundações provocadas pelas chuvas são um problema constante na região de Irati, assim como os estragos que elas causam nas estradas rurais. “Em várias regiões, sou conhecido como o fiscal das estradas, não é nem fiscal do povo. É chato todo ano ter que fazer o mesmo trabalho, porque não é resolvida a situação. Todo ano, quando chove, você vai para o interior e é caminhão atolando. Estive em Reserva, em Ipiranga, em Cândido de Abreu e é a mesma coisa”, ressalta.
O candidato relata que, desde que foi morar no distrito de Itapará, há cerca de 10 anos, começou a estudar o que pode ser feito para resolver o problema das estradas rurais. “Passei esse estudo para várias prefeituras da nossa região. Uma pessoa que não vou citar, mas que considero muito inteligente, me disse: sabe por que o pessoal não resolve o problema das estradas? É porque não dá lucro resolver; dá lucro fazer manutenção”, diz.
Luiz Carlos acredita que falta alguém na Assembleia Legislativa que se disponha a lutar para trazer recursos para que os municípios do interior resolvam os problemas de escoamento da produção agrícola, com a melhoria das estradas. O candidato tem percorrido municípios da região, como Ipiranga, Imbituva, Carambeí e Castro, e detectado os mesmos problemas com as estradas rurais.
“Não vou falar que é culpa do prefeito, a questão é que eles não têm recursos para resolver o problema. Têm recurso para manutenção temporária, mas para dar uma estrada de qualidade. Nisso aí entra o governo do Estado e o governo federal. Quero ser a voz desse povo da agricultura, para terem estradas para o escoamento da produção, e para a saúde e o estudo da criançada e dos jovens”, acrescenta.
Segundo Luiz Carlos, a repercussão da página ajudou a obter resultados para a comunidade, como salas de aula para o interior, asfalto, melhorias em estradas, linhas de ônibus de transporte escolar. O alcance da página também serve a outras finalidades, como uma campanha realizada em 2019 para ajudar a moradores de Irati e de Carambeí a recuperarem as perdas que tiveram com um temporal. Em Ponta Grossa, usou a página para entrar em contato com vereadores para denunciar as condições das ruas dos bairros.
“Através dessa página, conheci a deputada Aline Sleutjes. Ela ajudou muito a cidade de Irati e como eu sou representante comercial já faz 20 anos, rodo muitas cidades. Aline viu esse trabalho e através disso ajudava os municípios. Por exemplo, em Carambeí, cidade vizinha nossa, no momento difícil da pandemia, a prefeita entrou em contato comigo, por eu ter esse acesso à Aline e, através dela, conseguimos os respiradores, que salvaram muitas vidas, assim como em Irati também”, comenta.
Sem revelar a chapa, Luiz Carlos diz que chegou a ser sondado para se candidatar a vice-prefeito de Irati ou mesmo para vereador e que poderia ser o mais votado em 2020. “Tive vários convites, mas não quis colocar o nome na eleição. Agora, decidi aceitar essa batalha, com o partido da Aline, para representar nossa região, pois, na nossa cidade, lá em Irati, pelo meu posicionamento mais conservador, de direita, não tínhamos nenhum candidato nesse perfil e a maioria dos candidatos são sempre os mesmos”, afirma.
Além disso, o postulante indica que o convite foi aceito dessa vez porque Irati costuma ser alvo de candidatos a deputado federal e estadual que vêm de cidades distantes para captar votos, prometendo representar a região, sem corresponder a essa promessa. Luiz Carlos parabeniza a todos os que são estreantes na política e se dispuseram a concorrer a uma eleição mesmo sem apoio – seja financeiro ou apadrinhamento político. “Vejo candidatos fazendo suas campanhas nas ruas, sem nenhum recurso. Enquanto ‘caciques’ pegam R$ 2 milhões, alguns candidatos têm R$ 5 mil para fazer campanha e outros sem nada, com aquele olhar pelas pessoas e você vê que, realmente, é uma política verdadeira”, elogia.
Fundo eleitoral
Sobre o fundo eleitoral, Luiz Carlos critica a forma como os recursos são distribuídos entre os próprios candidatos de um mesmo partido pelos Diretórios. O do PROS, por exemplo, concentrou recursos em alguns candidatos a deputado federal, com doações entre R$ 500 mil e R$ 900 mil, enquanto outros receberam cerca de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Para a campanha de estadual, Luiz Carlos recebeu R$ 8 mil do Diretório Estadual.
“Sou contra o fundo eleitoral, mas se foi votado, é dinheiro do povo, divida igualmente. Se outro tem mais chances [de se eleger] não importa. Até porque ele tem mais chances, teria que dar menos [recursos]”, analisa.
Pedágios
Luiz Carlos critica a forma como foi conduzido o encerramento do contrato das concessões de pedágio no Paraná, por avaliar que houve demagogia no levantamento das cancelas. “Estive visitando Guarapuava e, na estrada, tem mato que você não vê a placa. E uma buraqueira, parece aquelas estradas abandonadas. Vai tirar o pedágio? Beleza, mas faz a manutenção. Porque envolve a segurança, olhe com a Polícia Rodoviária Federal o tanto que aumentaram os acidentes”, reclama.
Defesa da família
Seu apreço pela defesa da família inclui como mote de campanha a luta pela geração de empregos, em especial para cidades do interior. “Ponta Grossa expandiu e caminha com as próprias pernas, mas vamos trabalhar firmemente para trazer uma infraestrutura para nossa região, para a geração de empregos. E para meus amigos agricultores, de onde eu moro, também a questão da infraestrutura na agricultura, principalmente estradas”, afirma.
O candidato destaca que, na agricultura, tudo se modernizou, de equipamentos a técnicas de plantio, mas o escoamento da produção ainda é prejudicado pelas condições precárias das estradas, que são estreitas e, muitas vezes, com pouca trafegabilidade. “Me criei na cidade e fui morar no interior há 10 anos, mas digo para você; a agricultura é o que segura a economia do Brasil”, considera.
Outro aspecto que ele inclui na defesa da família é a luta pela educação. O candidato alega que, até pouco tempo, atrás, não havia processos seletivos para professores na rede municipal de Irati. “Não tínhamos PSS, era aquele esquema antigo de vereador indica um, indica outro. Tinha até profissionais que não tinham formação regendo uma turma sozinho, o que é contra a lei”, acusa.
Luiz Carlos atribui à denúncia dessa situação, na sua página do Facebook, à realização do PSS. A página também realizou lives para cobrar dos municípios que aplicassem o piso salarial aos professores.
Segurança pública
O candidato se propõe a cobrar do governo do Estado o aumento do efetivo da Polícia Militar. “Precisa, urgentemente, o governador tomar uma atitude. Concurso rápido e aumentar esse efetivo logo. Temos um grande exemplo do que aconteceu em Guarapuava, onde não tinha nem 10 policiais quando deveria ter 100”, comenta.
Confira a entrevista de Luiz Carlos Júnior na íntegra: