Na manhã desta segunda-feira (20), o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, fez uma avaliação da 17ª rodada de lives internacionais pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP). Rangel foi um dos brasileiros escolhidos e conduziu a reunião com representantes do Brasil e da Suécia na última sexta-feira (17).
Na opinião de Rangel, a live foi produtiva e foi possível aprender muito com as ações desenvolvidas no exterior no combate à pandemia de Covid-19. “A Suécia foi o único país do mundo que não fechou nada, não teve quarentena. O Governo da Suécia prega a liberdade total e apostou na responsabilidade da população”, comenta.
Ele lembra que, mesmo sem a imposição do poder público, a circulação da população reduziu drasticamente. “Claro que é uma população muito esclarecida e um país com uma densidade demográfica muito diferente. Mesmo assim, a Suécia foi o país que teve o maior número de mortos na região da Escandinávia e eles se arrependeram dessas ações de liberdade”, enfatiza.
Restrições impostas pelo Governo da Suécia
O prefeito Marcelo Rangel destaca que, ao contrário do que muitas pessoas imaginam, algumas restrições foram impostas na Suécia. “Se as pessoas imaginam que lá tudo era liberado, estão redondamente enganados. O Governo da Suécia decretou que onde tiver uma rodinha de pessoas que estejam a menos de um metro e meio de distância uma das outras a polícia para e multa as pessoas”, relata.
Além disso, o prefeito reforça que a liberdade para ir e vir não é irrestrita. “Não se admite passeio lá na Suécia. É bem diferente das informações que chegaram aqui. Na Suécia, se você viaja, tem que parar no meio da estrada para dizer aonde você está indo e o que é que você vai fazer”, salienta.
Diferenças entre as ações adotadas em Ponta Grossa e no exterior
Rangel frisa que durante a live foi possível perceber as diferentes estratégias adotadas e aprender com erros cometidos no exterior. “Eu perguntei para as prefeitas da Suécia o que elas fariam de diferente se pudessem voltar no tempo. Elas responderam que teriam se preparado melhor com o número de UTIs, porque o sistema de saúde na Suécia entrou em colapso, e comprado mais equipamentos de proteção individual (EPIs) para os profissionais de saúde”, conta.
De acordo o prefeito, a principal diferença entre Ponta Grossa e os municípios da Suécia é a obrigatoriedade do uso de máscara. “Lá na Suécia só não é obrigado a usar a máscara e, hoje, eles admitem que foi um erro”, destaca.
Não é possível imitar a Suécia
“Algumas pessoas me cobram que deveríamos fazer como na Suécia onde é tudo liberado e esquecer que esse vírus existe. A verdade é que a estratégia adotada na Suécia não funcionou”, resume Rangel. Para o prefeito, isso torna inviável repetir as mesmas ações praticadas no exterior.
Ele salienta que Ponta Grossa apresenta bons resultados no combate ao coronavírus. Segundo dados da Fundação Municipal de Saúde, são 935 casos confirmados de Covid-19 e sete óbitos em decorrência da doença. “Eu sempre falo abertamente que esses são os números de hoje. A doença é a mesma de Cascavel, de Maringá, de Curitiba, de Londrina. Isso não quer dizer que acabou a pandemia, não quer dizer que acabou o vírus”, diz.
O prefeito reforça que apesar dos números positivos, a população não pode relaxar as medidas de prevenção ao contágio do novo coronavírus. “Esses números que a gente conseguiu em Ponta Grossa se devem a muitos fatores e a muito trabalho. A gente precisa do apoio da população todo santo dia até sair um remédio ou tratamento eficiente”, sublinha.
As declarações foram dadas durante o ‘Programa Nilson de Oliveira’, apresentando na Rádio Mundi FM.