há 2 anos
Redação


Em Ponta Grossa, recentemente, um decreto regulamentou a lei que proíbe o uso de fogos de artifício e quaisquer artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso. Ainda assim, mesmo silenciosos, os artefatos que colorem o céu geram outra preocupação: as queimaduras.
O médico André Toshiaki Nishimura, coordenador do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), de São Paulo, explica que quanto menos doloroso mais grave o ferimento, ao contrário do que se poderia supor.
"Quando se tem queimadura, você não tem em uma profundidade só. O centro da ferida é mais acometido e você tem um halo em outra região e também uma mais periférica. O nível de dor é inversamente proporcional à queimadura. Quanto mais superficial, mais dói. Quando a queimadura é mais profunda, atinge a terminação nervosa e geralmente se sente menos dor, o que é um mau sinal. Quando é mais funda, fica mais esbranquiçada, como se fosse uma carapaça e, quando é mais superficial, mais rosa. Queimadura de segundo grau faz bolha", detalha o coordenador.
Nishimura ressalta que, frequentemente, as partes do corpo mais atingidas por quem solta fogos de artifício são o rosto e as mãos. Por isso, o que se orienta é que a vítima busque lavar a região, com água corrente, e a envolva com um pano limpo ou um filme plástico. Toalha, por exemplo, não é uma boa alternativa. "A primeira coisa é esfriar a região, porque o resquício de pólvora pode continuar queimando", esclarece ele.
O coordenador do CTQ explica que a pessoa queimada deve procurar atendimento médico imediato, até porque os ferimentos podem atingir regiões sensíveis, como os olhos, o que exige encaminhamento a especialistas.
Nishimura diz ainda que o tratamento de lesões provocadas por fogos de artifício é caro: "o paciente fica internado, geralmente, por uns três meses e é operado de quatro a seis vezes. Isso, na rede privada, bate a casa do R$ 1 milhão."
Além disso, os materiais cirúrgicos também têm custo elevado. "A prefeitura investe em curativos especiais que convênios de ponta muitas vezes não têm."
da Agência Brasil