Domingo, 15 de Dezembro de 2024

Saúde: Curados da forma grave da COVID-19 apresentam sequelas prolongadas; saiba quais os sintomas mais recorrentes

2021-06-17 às 14:29

A grande maioria dos pacientes que sobrevivem à forma grave da covid-19 apresentam sintomas prolongados ou sequelas da doença. É o que apontam dados preliminares de estudos científicos apresentados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que monitoram a saúde mental, qualidade de vida, reabilitação física, financeira e cognitiva de pacientes curados do coronavírus.

“A Covid-19 pode trazer também consequências de longo prazo para pacientes. Como essas implicações ainda não estão completamente entendidas pelos cientistas, é muito importante estimular a troca de conhecimento e de experiências entre pesquisadores de todo o mundo”, disse à Fapesp Luiz Eugênio Mello, diretor científico do órgão.

No Brasil, são monitorados 882 pacientes curados da forma grave da covid-19, sendo que mais da metade precisou de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Desse contingente, 89,3% apresentaram sintomas persistentes como cansaço, dores pelo corpo e dispneia (falta de ar e dificuldade de respiração); 58,7% relatam ao menos um sintoma emocional ou cognitivo, como perda de memória (42%), insônia (33%), falta de concentração (31%), ansiedade (28%) e depressão (22%).

“Os sintomas estão todos relacionados. Uma pessoa que reclama de perda de memória também relata insônia, ansiedade e depressão”, disse Geraldo Busatto, coordenador do Laboratório de Neuroimagem em Psiquiatria do Hospita das Clínicas, à Fapesp.

“Há uma variedade de transtornos entre esses pacientes e um índice similar de estresse pós-traumático (13,65%) em relação aos dados disponíveis sobre a população em geral. No entanto, encontramos índices altos de alucinações (8,71%) e delírios (6,35%)”, ressaltou.

A recuperação da covid também pode ser lenta para muitos pacientes. Um estudo realizado na Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos Estados Unidos, mostrou que 85% dos pacientes ainda não tinham se restabelecido completamente um mês depois da alta hospitalar. Do total, 65% apresentavam alguma incapacidade e 63% tinham algum problema cognitivo significativo.

da IstoE