Domingo, 25 de Maio de 2025

Simpatizantes de Bolsonaro rebatem críticas da oposição e falam da campanha à reeleição

2022-10-21 às 14:28

O empresário Beto Okazaki, que foi candidato a deputado estadual pelo Republicanos, e o presidente do Sindicato Rural Patronal de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto, comentaram o desenrolar da campanha de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência nesse 2º turno das Eleições 2022. Durante entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta sexta (21), Okazaki se propôs a rebater todos os pontos polêmicos levantados pelo ex-prefeito Péricles de Holleben Mello, enquanto abordou a participação do PT na corrida presidencial, na quarta (19).

Péricles caracterizou o bolsonarismo como um “neoliberalismo agressivo” e Okazaki afirma que o conceito de neoliberalismo tem sido usado pela oposição de forma pejorativa para definir o livre mercado ou o liberalismo. O petista também questionou que país tinha aplicado o modelo econômico neoliberalista que tivesse funcionado. Okazaki rebate e diz que foi esse modelo que levou a Alemanha Ocidental a se reerguer no pós-Segunda Guerra Mundial. “Estados Unidos, Grã-Bretanha, País de Gales, vários países usaram esse modelo econômico e deram certo. Peru e Venezuela chegaram a usar”, afirma.

Quanto ao uso recorrente do sigilo de 100 anos por Bolsonaro, criticado por Péricles, Okazaki defende que a lei foi criada em 2011, pela ex-presidente Dilma Rousseff, para que o presidente da República tivesse preservado o direito de não divulgar informações pessoais. “Por exemplo, uma correspondência, um e-mail pessoal que não tenha a ver com a Presidência da República, uma visita que receba no Palácio da Alvorada, ou o perfume que ele usa. O presidente colocou no sigilo dos 100 anos o Cartão de Vacinação. São coisas que Dilma e Temer também usaram e que são muito relativas à pessoalidade do presidente”, defende.

Já em relação à política de preços de combustíveis, o empresário nega que a redução tenha sido feita de forma irresponsável, com possibilidade de ser futuramente cobrada. Segundo Okazaki, alguns veículos apontaram que a isenção de PIS e COFINS para a redução de valores de combustíveis pode custar R$ 50 bilhões à economia brasileira. Entretanto, segundo ele, foi aprovada uma lei que passa a vigorar em 2023, com a criação de um Fundo de Reserva para a Estabilização dos Combustíveis. “Uma lei que vai servir como ‘amortecedor’: todos os royalties de mineração, dividendos da Petrobras que vão para a União, todos esses valores vão chegar a esse fundo e esse valor de R$ 50 bilhões vai ser amortizado”, argumenta.

Netto menciona a “curva de Laffer”, uma definição econômica que mostra quanto o governo de arrecada de impostos aplicando diferentes alíquotas. “Quanto mais se aumenta a carga tributária, chega a um ponto que se diminui a arrecadação, porque a sonegação acontece. Aqui pode acontecer o movimento contrário: a hora que você diminui a carga tributária, você incentiva as pessoas a utilizarem mais”, diz.

Okazaki também nega que o governo Bolsonaro tenha feito pouco pela preservação da diversidade cultural, especialmente dos povos originários. “Bolsonaro está tratando o índio [sic] como uma pessoa comum, como todos nós, que tem o direito a buscar o seu desenvolvimento intelectual, econômico e, inclusive, agrícola”, alega.

Quanto à recusa de Bolsonaro em usar a lista tríplice para indicar o procurador-geral da República, que Péricles teria dito ser inconstitucional, Ozaki alega que a Constituição não inclui uma lei que regule essa questão. “[O presidente] não é obrigado a seguir essa lista tríplice. Foi uma tradição ou um rito que se iniciou através do presidente Lula”, defende.

Okazaki também nega que Bolsonaro tenha interferido na Polícia Federal – acusação feita publicamente pelo ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que voltou a apoiar o presidente durante a campanha para o Senado. Ele cita o arquivamento do inquérito da PF, aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República para averiguar informações apresentadas por Moro em 2020.

Péricles chegou a desafiar os apoiadores de Bolsonaro a apresentar quaisquer investimentos, obras ou programas sociais que o presidente tivesse direcionado em benefício de Ponta Grossa. “No agronegócio, por exemplo, a insegurança jurídica com as invasões dos sem-terra praticamente acabaram no governo Bolsonaro, o que fez que tivéssemos mais segurança para trabalhar e investir. Você vê esse resultado em safras recordes, que mais de 85% de exportações de Ponta Grossa são de soja”, menciona o presidente do Sindicato Rural.

De acordo com Okazaki, Bolsonaro destinou R$ 46 milhões para o município investir em saneamento básico, que “é obra que não se vê, porque fica sob a terra”, com 103 quilômetros de redes adutoras e dois reservatórios com capacidade de 5 mil m³ de água.

 

Confira a íntegra da entrevista: