há 2 horas
Amanda Martins

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o aumento do incentivo financeiro oferecido a imigrantes em situação irregular que aceitarem deixar o país voluntariamente. Segundo o Metrópoles, o valor foi triplicado e passou a ser de US$ 3 mil, cerca de R$ 16,7 mil, para quem aderir ao programa até o fim deste ano. A medida foi divulgada nesta segunda-feira (22) pelo Departamento de Segurança Interna (DHS).
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, classificou a iniciativa como uma “benesse” e afirmou que se trata de um gesto de “generosidade” do contribuinte americano. Segundo ela, o pagamento funciona como um “bônus de saída” válido exclusivamente até o dia 31 de dezembro. O anúncio foi associado ao período de Natal, com o governo defendendo que o incentivo facilitaria a saída voluntária de estrangeiros sem status legal.
Apesar do discurso conciliador, o governo reforçou o tom de ameaça aos imigrantes que não aceitarem a proposta. Noem afirmou que aqueles que permanecerem no país serão alvo direto das ações federais. “Eles devem aproveitar esse presente e se autodeportar, porque, se não o fizerem, nós os encontraremos, nós os prenderemos e eles nunca retornarão”, declarou.
O DHS também intensificou a divulgação da medida nas redes sociais, descrevendo o programa como uma “oferta de tempo limitado” e um “bônus para ir para casa para as festas”. Em uma das publicações, o órgão alerta que nomes estão sendo “riscados da lista dos mal-criados” e aconselha os imigrantes a não serem os próximos.
Para participar do programa, os interessados devem utilizar o aplicativo CBP Home, desenvolvido pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos. A plataforma, que reúne serviços migratórios, passou a contar com a opção específica de autodeportação.
Autoridades do governo já indicaram que a política migratória será ainda mais rígida a partir de 2026. O chamado “czar da fronteira”, Tom Homan, afirmou que os números de prisões e deportações devem “explodir” no próximo ano, mesmo após 2025 registrar recordes de remoções.
Em julho, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um pacote de gastos que destina cerca de US$ 170 bilhões adicionais ao Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) e à Patrulha da Fronteira até setembro de 2029. Os recursos preveem a contratação de milhares de novos agentes, a ampliação de centros de detenção e o fortalecimento de parcerias com empresas privadas para localizar imigrantes sem status legal.
Desde o início do atual mandato, aproximadamente 622 mil pessoas já foram deportadas dos Estados Unidos. Desse total, cerca de 41% não possuíam antecedentes criminais, além de infrações relacionadas à imigração.