há 4 horas
Redação

O gabinete do presidente Volodymyr Zelensky anunciou, nesta quinta-feira (20), que recebeu do governo dos Estados Unidos o esboço de um novo plano de paz elaborado pela administração de Donald Trump para tentar encerrar a guerra com a Rússia. Segundo Kiev, a proposta “poderia revitalizar a diplomacia”, mas inclui concessões territoriais e condições previamente rejeitadas por ambos os lados.
Segundo informações do portal Metrópoles, o governo ucraniano afirmou que Zelensky pretende discutir com Trump, nos próximos dias, “as oportunidades diplomáticas existentes” e os pontos considerados essenciais para qualquer avanço rumo à paz.
Proposta prevê concessões à Rússia
De acordo com informações divulgadas pela imprensa internacional, o plano prevê que a Ucrânia e seus aliados reconheçam a soberania da Rússia sobre a Crimeia, o Donbass e outras áreas atualmente ocupadas pelas forças de Moscou. Em troca, Kiev receberia garantias de segurança dos Estados Unidos e de países europeus, além da criação de uma zona desmilitarizada nas regiões das quais teria de se retirar.
O pacote também inclui a redução pela metade do Exército ucraniano, a proibição de tropas estrangeiras no país, a limitação do acesso a armas de longo alcance e a oficialização do idioma russo em território ucraniano. Em paralelo, sanções contra Moscou seriam levantadas.
Reportagens do Axios e do Wall Street Journal indicam ainda que a Rússia devolveria apenas parte dos territórios ocupados, enquanto a linha de combate em regiões como Kherson e Zaporozhye seria congelada. No Donbass, a Ucrânia seria obrigada a ceder toda a área, incluindo cidades atualmente sob controle ucraniano, como Kramatorsk e Sloviansk, para a criação de uma zona desmilitarizada.
Um dos pontos mais controversos do plano é um arranjo de “aluguel” do território, no qual Moscou faria pagamentos pelo controle de fato da região, mantendo a propriedade legal sob responsabilidade de Kiev.
Elaboração sem participação europeia e com Ucrânia inicialmente excluída
Segundo as informações disponíveis, o esboço foi elaborado pelo enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, que teria negociado diretamente com Kirill Dmitriev, representante russo, sem participação da Europa e com a própria Ucrânia inicialmente excluída das conversas.
No início da semana, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Moscou “não recebeu nenhuma iniciativa concreta” sobre novas negociações e que não foi informada por Kiev sobre qualquer avanço diplomático. “Não recebemos nenhuma informação a esse respeito de Kiev”, declarou.