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AEN
O Consórcio Canal Galheta Dragagem (CCGD) venceu o leilão do Canal de Acesso ao Porto de Paranaguá. O grupo é formado pela brasileira FTS e pelo grupo belga DEME. O leilão ocorreu nesta quarta-feira (22), na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. Este é o primeiro modelo de concessão deste tipo no Brasil. O contrato, válido por 25 anos, prevê R$ 1,23 bilhão em investimentos. O objetivo é ampliar e manter o canal, aprofundando-o de 13,3 metros para 15,5 metros.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) acompanhou o leilão. Ele afirmou que o resultado faz parte de um planejamento para fortalecer a logística do estado. "Estruturamos o maior pacote de concessões rodoviárias do País, modernizamos os aeroportos e fizemos um grande planejamento para os nossos portos", disse Ratinho Junior. Ele mencionou que o Porto de Paranaguá atingiu 70 milhões de toneladas movimentadas. "Agora, com o canal de acesso, vamos aumentar ainda mais a capacidade de movimentação de cargas, além de reduzir em 12% o custo para os usuários", completou.
O secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, avaliou que o aprofundamento (aumento do calado) e a redução da tarifa trarão mais competitividade. "Estamos preparando o porto para um novo patamar de movimentação, com custos menores", pontuou. O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, afirmou que o modelo de concessão servirá de base para outros portos. "O leilão do Canal de Acesso de Paranaguá é o primeiro do gênero no país e servirá de base para novas concessões previstas para 2026, nos portos de Santos, Bahia e Itajaí", disse.
Quatro grupos empresariais disputaram o leilão: Jan De Nul (Bélgica), Consórcio CCGD (Bélgica/Brasil), CHEC Dredging (China) e DTA Engenharia (Brasil). O critério de vitória combinava o maior desconto na Tarifa Inframar (taxa cobrada pela manutenção do canal) e o maior valor de outorga (valor pago pela concessão). O CCGD venceu ao oferecer o desconto máximo permitido, de 12,63% na tarifa, e uma outorga de R$ 276 milhões como critério de desempate. Segundo o governo, o valor da outorga será revertido em novos investimentos no porto. O consórcio também pagará R$ 86 milhões de outorga fixa anual e 3% de sua receita anual.
Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente da Portos do Paraná, destacou que a concessão garante os investimentos para a manutenção e aprofundamento da via. Ele informou que o processo foi desenvolvido ao longo de quatro anos.