O governador do Paraná, Ratinho Júnior, voltou a comentar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (25), durante o lançamento do programa “Ganhando o Mundo”, em Curitiba. Segundo informações do portal Ric, para ele, a detenção do ex-presidente tem motivação política. “Para nenhum país do mundo é bom ver um líder que já presidiu o seu país estar sendo preso, seja de partido A ou de partido B”, afirmou. “Ainda mais em uma conjuntura que [a prisão] não foi por roubo, por assalto ao cofre público… foi por uma questão de brigas políticas”, acrescentou.

Bolsonaro foi preso preventivamente no sábado (22), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da Polícia Federal (PF). Moraes avaliou que o ex-presidente, que cumpria prisão domiciliar, pretendia fugir e violou a tornozeleira eletrônica, Bolsonaro confirmou o uso de um ferro de solda no equipamento.

Na segunda-feira (24), a Primeira Turma do STF decidiu por unanimidade manter a ordem de prisão. Bolsonaro permanece detido em uma sala de 12 metros quadrados, com televisão e frigobar, na Superintendência da PF, em Brasília.

Condenação e possível transferência

O ex-presidente foi condenado a 27 anos de prisão no processo que investigou tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O prazo para apresentação de recursos terminou na segunda-feira (24), e a expectativa é de que Moraes determine nos próximos dias o início da execução da pena, o que pode levar Bolsonaro ao presídio da Papuda.

Nesta terça, Ratinho Júnior pediu que o STF considere o estado de saúde do ex-presidente ao definir o local onde a pena será cumprida. “Eu torço para que a Justiça possa ter serenidade, inclusive, de certa forma, sensibilidade com a saúde do ex-presidente, para que ele possa, se tiver que cumprir uma pena, [que seja] de uma maneira razoável, aonde não comprometa sua vida”, disse.

Repercussão no dia da prisão

No sábado (22), logo após a decisão de Moraes, o governador se manifestou nas redes sociais e criticou a medida. Ele classificou a prisão como demonstração de “insensibilidade do Poder Judiciário” e manifestou solidariedade a Bolsonaro e à família. “O ex-presidente Bolsonaro, que já cumpria pena domiciliar, foi preso mesmo tendo apresentado laudos que comprovam sua saúde em estado crítico. Todos sabem que a saúde do ex-presidente não é boa desde que ele foi vítima de uma facada”, escreveu.