Sexta-feira, 11 de Outubro de 2024

Exclusivo: Stocco revela valor oferecido por Cieslak para mudança em relatório da CPI da Saúde de PG

2023-06-07 às 15:11
Celso Cieslak (PRTB) e Geraldo Stocco (PV). Fotos: CMPG

Com exclusividade ao portal D’Ponta News, o vereador Geraldo Stocco (PV) revelou que Celso Cieslak (PRTB) teria oferecido R$ 300 mil para que ele realizasse alterações no relatório final da CPI da Saúde. Cieslak está sendo investigado pelo Gaeco e foi afastado do cargo na Câmara Municipal desde a última terça-feira (6).

Segundo Stocco, a origem deste dinheiro seria uma licitação na Prefeitura Municipal de Ponta Grossa. O vereador ainda afirma que não sabe se Cieslak estaria a mando de outra pessoa. A pedido do Gaeco, Geraldo Stocco afirma que não pode expor quais mudanças no relatório teriam sido solicitadas por Cieslak.

Relembre

De acordo com Stocco, em novembro de 2022, quando era relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, o vereador Celso Cieslak (PRTB) teria oferecido dinheiro em espécie para Geraldo Stocco “‘aliviar’ e modificar pontos do relatório final da CPI”, segundo o parlamentar. “Eu neguei e denunciei o caso ao Ministério Público. Hoje (6) o GAECO deflagrou a operação para apurar as denúncias. Fico triste em testemunhar isso na política, mas é meu dever, como cidadão e político, prezar pela honestidade e denunciar casos com este, custe o que custar”, finaliza Stocco.

Operação do Gaeco

Na manhã desta terça-feira, 6 de junho, o Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpre 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Curitiba, Guaratuba e Balneário Camboriú (SC), no âmbito da Operação Pactum. Entre os locais, está o gabinete do vereador Celso Cieslak (PRTB), na Câmara Municipal de Ponta Grossa.

As investigações, do núcleo do Gaeco em Ponta Grossa, apuram a existência de organização criminosa composta por agentes políticos, servidores públicos e empresários, voltada à prática dos crimes de fraude a licitações, tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Tiveram início em novembro de 2022, a partir de declarações de um vereador pontagrossense, então relator de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava o sistema de saúde no município, noticiando que outro parlamentar lhe teria oferecido vantagem indevida para modificar pontos do relatório final da CPI, lançando ainda a suspeita da existência de um esquema de propina envolvendo licitações para a compra de livros por diversas prefeituras e câmaras municipais, inclusive nos estados de Santa Catarina e São Paulo. No curso das investigações, confirmaram-se indícios de um esquema de propina e direcionamento de licitações nas áreas de shows e eventos, de contratação de empresas para projeto de recuperação tributária e de compra de livros.

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