Durante sessão da Comissão Especial de Investigação (CEI) do Lixo, o ex-prefeito de Ponta Grossa e deputado estadual Marcelo Rangel (PSD) levantou questionamentos sobre a regularidade da participação de Patrícia Tuma Hilgemberg na comissão. Segundo Rangel, Patrícia é sócia administradora da Replace Energy Company Geração de Energia Ltda, empresa que, conforme informações públicas, atua no tratamento e disposição de resíduos não-perigosos — serviço semelhante ao prestado pela Ponta Grossa Ambiental (PGA), alvo da investigação da CEI. A informação sobre a sociedade de Patrícia na empresa foi confirmada pelo D’Ponta News.
Rangel sugeriu que a ligação de Patrícia com o setor poderia configurar um possível conflito de interesse, já que a Replace Energy teria interesse direto no segmento em discussão pela comissão. O ex-prefeito foi interrompido pelo presidente da CEI, vereador Professor Careca (PV), que rebateu as insinuações: “A Patrícia não está sendo remunerada, outra, a empresa da Patrícia não pode prestar serviço para nenhum órgão público. Hoje estamos fazendo as perguntas diretas. Nós estamos aqui fazendo a pergunta ao senhor. A doutora não pode responder o senhor, ela foi convidada para estar fazendo a parte técnica aqui da comissão”.
A empresária e ex-secretária de Meio Ambiente de Ponta Grossa, Patrícia Tuma Hilgemberg, se manifestou pela primeira vez após ser alvo de questionamentos durante sessão da Comissão Especial de Investigação (CEI) do Lixo. Em entrevista ao D’Ponta News, Patrícia negou qualquer conflito de interesse envolvendo sua participação como voluntária técnica da comissão e a atuação da Replace Energy Company Geração de Energia Ltda, empresa da qual é sócia-administradora.
“Minha empresa não possui o CNAE para esse tipo de serviço, e nunca prestei serviços aqui no Brasil para o poder público na atividade que a PGA realiza, até porque legalmente minha empresa não tem os requisitos para atuar no serviço público”, afirmou Patrícia, refutando as acusações feitas pelo ex-prefeito Marcelo Rangel durante a sessão da CEI. Diante dessa declaração, foi solicitado a Patrícia algum tipo de comprovação de que a empresa não pode prestar serviço público; ela afirmou que logo após a CEI vai encaminhar à equipe do D’Ponta News o contrato social e CNPJ completo que comprovam sua declaração.
A CEI do Lixo segue apurando possíveis irregularidades no contrato bilionário firmado entre a Prefeitura e a PGA, especialmente no 36º aditivo, firmado durante a gestão de Paulo Barros na Secretaria de Meio Ambiente. Novas oitivas estão previstas para os próximos dias, incluindo o depoimento do próprio Paulo Barros, citado por Patrícia como peça-chave para esclarecer o processo de aditivação contratual.