há 2 horas
Carlos Solek

Imagens de radar mostram o momento que nuvens carregadas atravessam por Ponta Grossa no fim da tarde desta segunda-feira (24). O registro foi feito pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Nas imagens, é possível ver que o temporal se aproxima de Ponta Grossa pela região sul e avança para o Norte. A maior concentração de chuva acontece por volta de 17h40, justamente quando o temporal atingia a área urbana da cidade.
Estragos foram registrados em diversos bairros de Ponta Grossa e também em Carambeí. O fenômeno, inclusive, não é novidade nos Campos Gerais: em agosto, um temporal semelhante atingiu a cidade de Castro, ocasionando diversos prejuízos e cobrindo ruas inteiras de gelo.
Veja:




Mas porque isso acontece?
A primavera é a temporada das tempestades. Vários sistemas meteorológicos podem causar precipitação e, de acordo com o Simepar, são eles que determinam o volume de chuva, a duração dela, a possibilidade de precipitação de granizo e ainda as rajadas de vento e descargas elétricas associadas.
Entre estes sistemas estão as supercélulas, que são tempestades severas que se formam em um ambiente com forte instabilidade e intenso cisalhamento vertical do vento (diferença na velocidade do vento em diferentes níveis da troposfera). Elas se diferenciam das tempestades comuns porque possuem uma corrente de ar que ascende em espiral, chamada de mesociclone, a qual gira no interior da nuvem, geralmente nos níveis médios da atmosfera.
“O forte cisalhamento do vento nos baixos e médios níveis, permite que as correntes ascendente e descendente da tempestade permaneçam separadas, o que aumenta a longevidade da tempestade. Por isso, as supercélulas são tempestades que podem durar até 6 horas e, percorrer dezenas a centenas de quilômetros”, explica Diulio Patrick, meteorologista do Simepar que atua na Defesa Civil do Paraná.
Segundo ele, a corrente ascendente transporta ar quente e úmido para o interior da tempestade, enquanto o mesociclone organiza a convecção de forma rotacional e verticalmente estruturada. As supercélulas podem provocar diferentes fenômenos meteorológicos de grande impacto, como tornados, granizo de grande tamanho, rajadas de vento muito fortes em superfície e até mesmo downbursts ou microexplosões (ventos intensos que descendem da nuvem de tempestade), além de intensa atividade elétrica.
Em muitos casos, essas ocorrências vêm acompanhadas de chuva torrencial em curto espaço de tempo — mas a presença apenas da chuva intensa não caracteriza, por si só, uma supercélula. “Em algumas regiões as ocorrências foram associadas a supercélulas e microexplosões, num ambiente atmosférico com grande instabilidade e formação de uma área de baixa pressão atmosférica e fortes ventos em altitude”, ressalta Leonardo Furlan, meteorologista do Simepar.
PREPARADA – Sempre que a previsão do tempo indicar um ambiente favorável à ocorrência de tempestades severas, a população deve estar preparada para a possibilidade de que algum desses fenômenos de grande impacto aconteça.
O Simepar elabora os boletins e a Defesa Civil emite alertas com antecedência para a população, indicando no mapa do Estado as áreas que possuem risco de tempestades, em uma escala de cores que facilita a compreensão: as áreas em amarelo estão em observação para tempestades; em laranja estão em estado de atenção; em vermelho estão em situação de alerta; e em roxo estão em alerta máximo.
Os alertas vigentes podem ser acessados em www.defesacivil.pr.gov.br/alertas-vigentes. Os paranaenses também podem receber no próprio celular alertas e informações da Defesa Civil do Paraná sobre risco de mau tempo na sua região: basta enviar um SMS com o CEP da região para o número 40199.
A Defesa Civil responde com mensagem de confirmação do cadastro e a partir deste momento a pessoa passa a receber alertas periódicos sobre as situações de maior gravidade no local indicado.
da AEN e redação