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Ponta Grossa

Artigo: ‘A endometriose da Anitta e a cirurgia pelo SUS’, por Everson Krum

há 3 anos

Redação

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Artigo: ‘A endometriose da Anitta e a cirurgia pelo SUS’, por Everson Krum
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Nos últimos dias, a artista de renome internacional Anitta chamou atenção da mídia para um problema que afeta milhões de mulheres em nosso país, a endometriose. Na publicação e entrevista, a cantora pediu para que fosse falado sobre o tema e que as mulheres recebam o apoio necessário: “[Que] Mulheres que precisam da saúde pública possam ter mais recursos e melhorias de vida…”, desabafou e pediu também atenção as mulheres que tem que trabalhar com muita dor. Analisemos um caso de paciente que hoje busca atendimento pelo SUS. Uma mulher com fortes dores, cólicas, sintomas intestinais e urinários e incômodo por longas semanas, passa por consulta em Unidade Básica e tem diagnóstico suspeito para endometriose, sendo encaminhada para consulta com especialista. Aguarda a marcação da consulta, podendo demorar semanas até finalmente conseguir o atendimento. Vai ao médico especialista que solicita exames de imagem (geralmente ultrassom) e recebe um tratamento clínico com medicamentos específicos. Caso não haja melhora, tem a indicação de tratamento cirúrgico conservador ou definitivo. Mais algumas semanas de espera até ser chamada num hospital onde passa pela primeira consulta para anamnese e exame físico. Vejamos o procedimento e os valores pagos aos médicos. Na primeira consulta, o especialista recebe R$ 12,00 do SUS por este trabalho. O médico pede exames pré-operatórios e consulta com anestesista (também R$12,00) e volta ao ginecologista para agendamento (R$12,00). A paciente chega ao hospital prestador, fica em jejum, o médico chega no mínimo meia hora antes, realiza o procedimento que dura em média cerca de 1 hora e meia. Tudo ocorre bem, passa a noite no hospital, no outro dia o cirurgião/ginecologista passa a visita e se não houver intercorrência, dá alta hospitalar e agenda retorno ambulatorial para avaliação e alta cirúrgica. Por este trabalho especializado, sujeito a imprevistos, o ginecologista receberá por todo o tratamento, o defasado valor de R$ 222,44 o anestesista R$ 95,24, total de R$ 317,49 pago pelo SUS. O Hospital prestador recebe mais R$ 590,44 para cobrir as despesas de medicamentos, insumos, materiais cirúrgicos, pinças laparoscópicas, exames laboratoriais e de imagem, todas as refeições para a paciente e principalmente as despesas das equipes profissionais de enfermagem, higienização e hotelaria, enfim, todos os outros custos operacionais devem ser cobertos com este valor. Difícil trabalhar assim! Este exemplo serve para mostrar a situação dos hospitais filantrópicos ou privados que prestam serviço ao sistema público, que beira a insolvência e suspensão da prestação do serviço. A conta não fecha. Há muitos anos que não há reajuste dos valores e em paralelo houve a inflação dos produtos e insumos da área hospitalar. A situação é terrível não somente para a endometriose mas para vários procedimentos e atendimentos como colecistostomia (remoção de pedra na vesícula) que paga R$ 245,99 e hérnia inguinal que paga R$ 210,99 aos médicos Em breve não será possível atendimento pelo SUS se algumas medidas urgentes não forem tomadas. Estamos iniciando o período eleitoral com escolha para os diversos cargos exceto de nível municipal. Os futuros governantes e legisladores tem desafios inadiáveis para as demandas de Saúde Pública. É imprescindível que haja um esforço coletivo, apartidário e prioritariamente técnico para a busca de soluções para a Saúde Pública, profissionais e prestadores de serviço ao SUS. Deve ser dada atenção ao pedido da cantora para a melhoria da saúde da mulher bem como o olhar para quem atende.

por Prof. Everson Augusto Krum

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