A fundadora e presidente da Associação Protetora dos Animais de Ponta Grossa (APAPG), Maria José, comentou sobre a importância do Projeto de Lei aprovado, nesta segunda-feira (29), pela Câmara Municipal de Ponta Grossa, que proíbe o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos de artifícios com estampido e de quaisquer artefatos com efeito sonoro no município, em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça-feira (30).
“Isso é um avanço muito grande pra nós, porque é algo que almejávamos há muitos anos na cidade”, comenta Maria José. Ela pontua que as festividades de final de ano são marcadas por fogos de artifício e outros acessórios. Mas também por idosos, acamados e pessoas com Transtorno do Espectro Autista e animais que ficam assustados ou incomodados com o excesso de barulho dos fogos. “Eu acredito que todo mundo que tem um ‘animalzinho’ em casa, algum membro da família com o espectro autista ou alguma pessoa acamada em casa, quando tem alguma festa ou jogos de futebol e existe uma comemoração excessiva, passa por isso, porque na hora do estampido essas pessoas e animais entram em desespero”, comenta.
Existem pessoas que já perderam ou tiveram animais feridos durante essas comemorações. “Eu mesma já perdi animais na nossa ONG, porque na hora do estampido eles entram em desespero. O cão, principalmente, tem a audição dele muito aguçada e isso faz com que ele escute com mais intensidade que o ser humano. Um barulho pequeno pra nós, pode ser muito intenso para eles”, destaca Maria. “Nas últimas comemorações de fim de ano, uma cachorra nossa em desespero, após um vizinho soltar fogos de artifício, tentou pular um portão, bateu a barriga num ‘cantinho’ e teve uma hemorragia. Eu passei aquela noite toda tentando conter e ajudar esse animal, até chegar o socorro e levar para uma clínica”, complementa.
Fiscalização
Se o projeto for sancionado pela prefeita Elizabeth Schmidt, após segunda discussão pela Câmara de Vereadores, o que preocupa a presidente da APAPG é como será realizada a fiscalização para que as pessoas não descumpram essa lei.
“Uma preocupação é como será realizada essa fiscalização para que os cidadãos realmente cumpram essa medida. Municípios como Tibagi aplicam multa para pessoas que descumpram essa lei [que já existe na cidade]. Eu acredito que Ponta Grossa caminhará dessa mesma forma”, afirma.
“Existem muitas entidades de proteção aos animais na cidade, e nós [da APAPG] também ajudaremos os órgãos públicos para que se cumpra essa fiscalização”, conclui.
Foco do projeto
A Associação Protetora dos Animais de Ponta Grossa tem como principal objetivo a castração e doação dos animais de rua, para diminuir o número de animais abandonados no município.
“Nosso principal foco [da APAPG] é a castração e doação. É a forma de diminuir o número de cães abandonados nas ruas, e também de munícipes que não têm condições financeiras de realizar a castração”, afirma.
Serviço
Para entrar em contato com a ONG, basta acessar o perfil no Instagram.
Neste sábado (3), às 13h, acontece o ‘Musicão’ no Frederico Cervejas & Cervejas (Av. Ernesto Viléla, 404), com o objetivo de arrecadar recursos para a a ONG de proteção aos animais. O valor do ingresso é R$20.
Confira a entrevista completa: