53 padres diocesanos e o bispo Dom Bruno Elizeu Versari participaram do retiro do clero diocesano, realizado de segunda-feira até perto do meio-dia de hoje, 3 de outubro, na Casa Madre Josafata Hordachevska, no Bairro Chapada, em Ponta Grossa. O retiro foi conduzido pelo padre jesuíta Eliomar Ribeiro de Souza, diretor nacional da Rede Mundial de Oração do Papa, o Apostolado da Oração, e Movimento Eucarístico Jovem e diretor das Edições Loyola. As reflexões contemplaram o ministério sacerdotal no dia-a-dia, em especial, a importância de se exercitar o ‘ouvir’.
De acordo com padre Eliomar foram trabalhados alguns conceitos, a partir de textos bíblicos. “Trabalhamos algumas palavras, a primeira delas: ‘escuta’. A segunda, ‘interiorização’. Também refletimos sobre ‘compaixão’, ‘misericórdia’, ‘missão’… Palavras que encontramos na ação de Jesus e que pode ajudar muito a nós padres no ministério que a gente exerce. O ‘ser padre’ hoje na Igreja vai se revestindo cada vez mais como um ministério não só de sacramento, mas um ministério terapêutico, de acolher as pessoas, ajudar a encaminhar a vida das pessoas. As pessoas nem sempre os buscam só para confissões e, quando nos buscam para confissão, não há muita matéria de confissão, é mais uma conversa, um aconselhamento”, comentou o assessor.
“E as pessoas querem o padre mais próximo. Tocamos muito nesse assunto da missão enquanto serviço da missão de Cristo. Terminamos o retiro falando dos pés e das mãos do Ressuscitado. Assim como no final do Evangelho de São Lucas, é o Ressuscitado que diz: ‘vocês serão testemunhas dos meus pés e das minhas mãos’. Então, essa é a missão dos presbíteros”, complementou padre Eliomar.
Para o padre Marcelo Rodrigues do Carmo o retiro foi uma feliz oportunidade. “Foi um momento de parar para ouvir já que quase sempre estamos voltados para o falar, o ensinar. Tivemos reflexões que nos levaram a retomar, revisitar o ministério dentro daquilo que é a experiência do cotidiano, daquilo que dia-a-dia somos desafiados a darmos uma resposta. Somos colocados diante de muitas situações. Somos padres para os outros, mas precisamos ter a nossa própria relação com Deus e buscar os meios para que isso se concretize. As reflexões que padre Eliomar nos colocou foram para aprofundarmos o nosso discernimento diário, a respeito de nossas atitudes, também a busca de uma espiritualidade, sobretudo, com muita força dentro da oração e da vivência dos sacramentos, em especial, o sacramento da Eucaristia. E que tudo isso, de alguma forma, frutifique no testemunho, principalmente, colocando Jesus crucificado e ressuscitado como uma referência deste testemunho que traz suas marcas, a exemplo de Jesus, que traz as marcas nos pés e nas mãos, mas como ressuscitado. Para nós, isso nos renova, porque se há tantas cruzes, nós sabemos que, após isso, será sempre nosso momento de ressurreição”, afirmou padre Marcelo.
Conforme o bispo Dom Bruno, o retiro é uma oportunidade para rezar com maior intensidade, com mais tempo, mais profundidade. “É a oportunidade de revisitar o ministério, fazer uma avaliação da caminhada percorrida, refazer aquele primeiro amor que leva à vida sacerdotal. É sempre muito importante porque nos ajuda a corrigir a rota. Às vezes, a gente vai em um propósito de servir a Deus no ministério sacerdotal e quando para, reconhece que precisa reavaliar e corrigir a rota, principalmente, em um tempo de grandes desafios. O sacerdote é muito importante na missão da Igreja e isso desgasta, demanda energia, dedicação, demanda tempo. O retiro é oportunidade para refazer as energias, refazer as forças e dedicar mais tempos diante de Jesus Eucarístico, com indicações de temas para rezar, para poder, reabastecido, retomar seu caminho na ação que a Igreja lhe confia”, enfatizou o bispo.
da assessoria