Domingo, 29 de Setembro de 2024

Bispo nomeado participa de sua primeira reunião geral com o clero diocesano

Dom Bruno foi até Ortigueira, nesta sexta-feira (21)
2024-06-22 às 09:07

Uma reunião geral do clero diocesano com a presença de dois bispos: Dom Sergio Arthur Braschi e Dom Bruno Elizeu Versari. O bispo nomeado para a Diocese de Ponta Grossa fez questão de acompanhar esse segundo encontro do ano entre padres, religiosos e diáconos, tanto que solicitou até a mudança da data da reunião, que estava inicialmente marcada para ontem (20). O comparecimento do novo bispo fez com que o salão da Paróquia São Sebastião, em Ortigueira, estivesse lotado – perto de 80 pessoas – e que todos permanecessem atentos até o final, mesmo com a extensa pauta de 22 assuntos. O encontro iniciou às 8h30, com o café da manhã, e terminou logo depois das 13 horas.

Ortigueira e a Paróquia São Sebastião sediaram a primeira reunião geral do clero fora de Ponta Grossa, há 25 anos. Informação lembrada pelo pároco da São Sebastião, padre Mário Valcamonica. “Foi Dom João (Braz de Aviz) quem teve a iniciativa, há vinte e cinco anos, e, agora, a paróquia é a primeira a receber o novo bispo. Pura graça de Deus!”, lembrou padre Mário, que, em seguida, falou um pouco da paróquia. Dom Sergio Arthur acolheu o novo bispo. Dom Bruno chegou logo no início da discussão da pauta. “Vim conversar, me inteirar das coisas, conhecer. Agradeço por terem mudado o dia da reunião para que eu pudesse estar aqui. É uma alegria estar com vocês”, disse o bispo nomeado.

Padre Joel Nalepa, coordenador diocesano da Ação Evangelizadora, apresentou os dados da Diocese, sua história, divisão territorial, bispos e caminhada pastoral. O coordenador informou que, atualmente, são 56 padres diocesanos e 87 religiosos-padres – de 17 congregações masculinas – 124 diáconos, 4.027 ministros extraordinários da Eucaristia, 4.034 catequistas, 22.732 catequizandos, um mosteiro masculino, dois mosteiros femininos, cinco institutos de consagradas de vida secular, quatro novas comunidades de consagrados leigos e 20 congregações religiosas femininas.

Padre Joel citou a atuação da Igreja em hospitais, escolas, asilos, instituições de caridade, missão, Tribunal Eclesiástico e ação evangelizadora. Houve a apresentação das paróquias e párocos/vigários/diáconos por Setores, dos padres coordenadores de cada Setor e padres superiores provinciais, do vigário geral e reitor do Seminário de Teologia, São João Maria Vianney, padre Jaime Rossa: do ecônomo da Diocese, padre Mário Dwulatka; do secretário da Cúria, Luis Eduardo Pinheiro, e irmã Romilda Martins Nascimento, secretária da Ação Evangelizadora.

Dom Bruno Elizeu Versari recebeu das mãos do ecônomo, padre Mário, a chave do apartamento onde irá residir e o controle do portão eletrônico do prédio da Cúria Diocesana. No momento da apresentação dos párocos, padre Claudemir Nascimento Leal, da Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Ponta Grossa, entregou ao bispo uma camisa oficial do Operário Ferroviário. O mimo foi presente do presidente do grupo gestor do clube, o empresário Álvaro Góes, que é paroquiano na comunidade. Prontamente, Dom Bruno – que já se confessou torcedor do Palmeiras – vestiu a camisa 10 do Fantasma.

Impressões

“Agora sou torcedor do Operário e vamos torcer para que (o time) vá cada vez mais para a frente e ter oportunidade. É um lazer. Eu cresci na roça e o primeiro brinquedo que tive, quando criança, foi uma bola para jogar futebol. Quando a gente podia, ia jogar futebol. E hoje também gosto de futebol, de praticar, de estar no meio, já que hoje não dou mais conta (de jogar) e gosto de assistir. Meu lazer é o esporte”, comentou Dom Bruno ao receber a camiseta oficial. O bispo nomeado pediu a paciência de todos. “Venho da roça, trabalhava enquanto havia sol. A vinda de João Paulo II ao Brasil mexeu muito comigo e assim começou a minha história. Vamos começar rezando uns pelos outros. Quem reza trabalha e não se cansa, se revigora”, destacou.

Sobre o cenário na Diocese de Ponta Grossa, Dom Bruno disse ser diferente do que está acostumado. “Estou habituado aos padres diocesanos e aqui a maioria é de padres religiosos. É um aprendizado para mim. E pelo lado deles (dos padres) também. Há esta acolhida carinhosa ao bispo. Isso para mim é muito importante. (Percebo) todo um carinho que eles cultivam com Dom Sergio, que é esse pai, esse pastor que, com amor, cuida, zela de todo esse povo, e eu vou aprender, beber dessa fonte para viver também o meu ministério de cuidado, de bispo dessa região. É o Espírito Santo que conduz. A nossa fragilidade é suplantada pela graça do Espírito Santo. A oração é o combustível sempre. Toda a aglomeração de pessoas tem dificuldades, mas a base é a oração”, orientou.

Dom Bruno contou que conheceu Dom Sergio em 1982, na Paróquia São Francisco de Paulo, em Curitiba, durante a celebração de uma missa em que, ao final, padre Sergio, na época, pegou o violão e cantou ‘Mãe do Céu Morena’. “Nunca esqueci. Ficou na minha memória”, enfatizou. O bispo frisou que deseja que Dom Sergio continue sendo bispo com ele. “Que o senhor reze, interceda, com todo o seu testemunho de vida e de doação, pela Diocese. Não vai ficar em casa não. Quando se pára de trabalhar, se envelhece. O senhor cumprirá o que prevê o Direito Canônico, mas continua conosco porque trabalho não vai faltar”, brincou.

Da Diocese, Dom Bruno relatou que sempre soube que é diferenciada, em especial, reconhecida quanto à missão. “Sei desse amor à missão, que extrapola. Acho bonito. (O projeto) Igrejas irmãs é um resultado concreto da fé do irmão, daquele que está distante, de poder ajudar a chegar a Palavra de Deus lá também. Todo o batizado é responsável por evangelizar os outros. Tanto em Lábrea quanto na Guiné Bissau, na África, há uma presença muito marcante aqui da Diocese, dos padres, diáconos, dos leigos, nessa compreensão missionária. É um nível de fé amadurecido porque se preocupa e se compromete para que o Evangelho chegue a outras pessoas”, enalteceu.

Dom Sergio

Dom Sergio garantiu que o sentimento é de grande gratidão a Deus, em primeiro lugar, por ter escolhido Dom Bruno e por ele manifestar o desejo de que, se assim for possível pela sua saúde e outras condicionantes, o bispo emérito permanecer na Diocese e possa, eventualmente, ajudar. “Quando fui batizado e, sobretudo na Crisma, recebi uma vocação, um chamado de Deus, que eu, até então, não sabia. Eu senti o desejo de ser padre, admirava o trabalho dos sacerdotes desde criança, porém, não sabia nada sobre bispo. Naquele tempo nem passava pela cabeça, eu, um jovem padre… Não precisava. Os bispos eram novos, animados, não se falava disso. Mas, Deus me chamou assim…e Ponta Grossa, dentro da minha história. Vir para cá e ficar até o fim… foi bonito. Um chamado que eu respondi, uma obediência. A fé é obediência”, argumentou.

Lembrando de suas limitações, Dom Sergio destacou a grande alegria de ver a continuidade de seu serviço. “Dom Bruno chega com outra visão porque foi formado em uma outra época e vai dar passos adiante. Como acontece nas paróquias, quando entra um novo pároco, passa-se uma régua, com se diz, no livro tombo, transcreve o decreto de nomeação do novo pároco e é um novo capítulo na história. E ninguém é igual a ninguém. Um novo bispo vai puxar nossa Diocese para novos aprofundamentos na vida cristã, que eu não pude fazer”, reconheceu.

da assessoria