há 40 minutos
Heryvelton Martins

O Hospital Bom Jesus (HCORBJ) de Ponta Grossa, que em 2023 enfrentou a possibilidade de fechamento, revelou detalhes sobre sua crítica situação financeira histórica durante a 21ª Reunião Ordinária do Conselho Municipal de Saúde (CMS), realizada em 18 de novembro de 2025. A nova gestão da unidade, que assumiu em junho de 2023, busca estabilidade e sustentabilidade, contando com um recente recurso de mais de R$ 5,6 milhões para a aquisição de insumos.
A diretora-geral do Hospital, Alba Menezes Sá, contextualizou que a crise que quase levou ao fechamento da unidade, no início de 2023, foi resultado de dificuldades administrativas e financeiras graves acumuladas ao longo de anos pela gestão anterior (das Irmãs). O conselheiro Luiz Eduardo Pleis, que atuou no HCORBJ entre 2018 e 2020, corroborou essa informação, destacando que os problemas são estruturais e antigos, e não ideológicos.
O fechamento do Hospital Bom Jesus teria um impacto grave em toda a rede assistencial de Ponta Grossa e região, principalmente devido à desativação de 127 leitos de internação e à importância da unidade em atendimentos de alta complexidade.
Após assumir, a nova gestão — uma associação hospitalar que também administra o Hospital Sagrado Coração em Prudentópolis — iniciou um diagnóstico completo do passivo, que inclui dívidas expressivas de natureza previdenciária e bancária.
R$ 6 milhões em dívidas antigas: desde e junho de 2023, já foram pagos cerca de R$ 6 milhões somente referentes a passivos bancários anteriores, que não se relacionam à operação atual .
Empréstimos consignado: parte e dos financiamentos antigos (firmados entre 2019 e 2021) foi contratada na modalidade “consignado”, onde parcelas mensais de cerca de R$ 500.000,00 são retidas automaticamente na fonte pagadora (Ministério da Saúde e Estado). Isso impacta fortemente o fluxo de caixa.
O planejamento da gestão atual se divide em três frentes: passado (negociação do passivo), presente (manutenção do funcionamento) e futuro (estratégias sustentáveis de desenvolvimento).
A diretora Alba mencionou que, para enfrentar o passivo, o hospital melhorou a comunicação, implementou captação ativa e profissionalizada de recursos e aprimorou a prestação de contas, corrigindo falhas passadas. O objetivo é manter a operação estável sem depender exclusivamente de emendas.
A unidade opera com 127 leitos ativos, um número considerado adequado para o equilíbrio operacional, e ainda tem possibilidade de expandir os atendimentos devido à “Gestão Inteligent”.
Durante a reunião, a diretora manifestou preocupação com o repasse de uma emenda destinada ao hospital, no valor de R$ 5.635.792,00, do deputado federal Matheus Laiola . O valor foi cadastrado equivocadamente a via município, sendo que a gestão do Hospital Bom Jesus é estadual. É essencial que o repasse ocorra ainda em 2025 para a aquisição de insumos e o abastecimento da instituição.
O Plano de Aplicação referente a esta emenda foi aprovado por unanimidade pelo Conselho.