O programa ‘Manhã Total’ da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM) desta quarta-feira (14) recebeu o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, que destacou os esforços do Governo do Estado para reduzir as filas de espera por cirurgias eletivas, com foco na humanização do atendimento à população.

Durante a entrevista, Beto Preto ressaltou a importância de se manter atento às necessidades de quem está na ponta do sistema de saúde. “Nós devemos e temos condições de cuidar dos paranaenses. Não podemos perder a compaixão pelas pessoas”, afirmou. Segundo ele, o desafio vai além da gestão técnica. “É muito fácil sentar na mesa e beber um café na sala. Mas precisamos pensar naquela pessoa que levanta na madrugada e se desloca pelo estado. Sai de uma zona rural para ir na cidade pegar um carro e ir para um centro de especialidade médica ou fazer exames”, exemplificou.

O secretário reforçou que o trabalho junto às equipes das regionais de saúde é baseado em empatia. “Eu sempre destaco com as equipes que não podemos perder a compaixão pelas pessoas e não podemos perder de sentir a dor de quem está na ponta”, disse.

Opera Paraná
Uma das principais estratégias adotadas é o ‘Opera Paraná’, programa estadual lançado em 2022 que visa ampliar a oferta de cirurgias eletivas em unidades hospitalares de diferentes portes. “O Opera Paraná é sucesso no estado todo, mas também no Brasil. Estamos fazendo hoje 2 mil cirurgias eletivas por dia. Estamos com um aumento de 75% em relação de como era em 2019”, revela.

Entre os procedimentos citados pelo secretário estão cirurgias de vesícula e tratamento de varizes. “Um dado que tem nos intrigado é que de cada 5 casos, 4 são mulheres e isso incomoda a dona de casa”, disse, mencionando também casos como o de uma comerciária que passa o dia em pé e sofre com as varizes. “Essas pessoas estão incomodadas com algo que não é urgente mas é necessário ser tratado. E esse é o nosso objetivo, resolver esses problemas e reduzir as filas”, cita.

Beto Preto citou a situação específica de Ponta Grossa, onde há atuação conjunta com o Ministério Público. “Estamos trabalhando com a secretaria de saúde para tentar resolver essas filas. Em Ponta Grossa ou na região, onde estiver um serviço disponível nós iremos fazer cirurgias”, pontuou.

Concurso público
Outro ponto abordado foi o novo concurso público autorizado pelo Governo do Estado para a área da saúde. “O último concurso foi em 2016 e o Governador Ratinho Junior autorizou a abertura desse novo concurso com 625 vagas”, disse. “Estamos com a ideia de ter mais vagas técnicas. Temos vagas de nível superior e médio, mas principalmente para as estruturas administrativas”, comenta.

Serão disponibilizadas 309 vagas para Promotor de Saúde Profissional, contemplando funções de nível superior, como enfermeiro (80 vagas), médico (71 vagas), farmacêutico (71 vagas), biólogo (13 vagas), assistente social, psicólogo, odontólogo, entre outros. Além disso, serão abertas 316 vagas para Promotor de Saúde Execução, de nível técnico, distribuídas entre técnico de enfermagem (206 vagas), técnico de laboratório (80 vagas) e técnico de Segurança do Trabalho (30 vagas).

A previsão da Secretaria de Estado da Administração e Previdência (Seap), que está organizando o certame, é de que a instituição da comissão do concurso aconteça num prazo de 10 dias úteis, até 21 de maio. A expectativa é que o edital seja publicado na primeira quinzena de novembro.

Cumprimento de contratos e recursos
Sobre a organização do sistema, o secretário destacou a importância do cumprimento de contratos e da fiscalização, independentemente de o serviço ser público ou terceirizado. “Tem que ter comando e alguém que esteja ali para fazer cumprir o contrato e auxiliando as pessoas, é um processo de trabalho”, disse.

A entrevista também abordou os recursos destinados à saúde. “O Ministério da Saúde instituiu um programa nacional de redução de filas e passou recursos para os estados”, explicou. “Nós fizemos um aporte maior no estado, juntamos esses recursos. Nós temos em dois anos e meio R$100 milhões e meio de reais do governo federal, agora já batendo R$1 bilhão do governo do estado”. Segundo ele, o investimento tem permitido reforçar a tabela SUS paranaense. “150% a mais de pagamentos ao hospital, ao médico e ao serviço de diagnóstico para que as cirurgias eletivas saíssem do papel e estão saindo”, alegou.

Mais médicos
O secretário também anunciou a chegada de mais médicos aos municípios. “Foi anunciado mais de 150 novos médicos e os municípios precisam. Aqui para Ponta Grossa vai ter mais de 5 médicos”. Ele destacou a importância de equipes completas nas Unidades Básicas de Saúde. “Tem que ter disponível o exame laboratorial em poucos dias e não dois meses. O raio-x deve ficar à disposição no mesmo dia ou mesma semana. Caso contrário, ele vai procurar um serviço de urgência e emergência”, disse.

Ao final, Beto Preto defendeu a revalorização das UBSs como referência territorial de saúde. “Essas questões têm que se encaixar para voltar a ter o peso e o valor de uma UBS no território daquela comunidade. Caso contrário não estamos cumprindo com a nossa meta. Sempre estimulo os prefeitos para realizar esse tipo de organização nos municípios”, ressaltou.

Assista a entrevista na íntegra: