há 3 horas
Amanda Martins
Com o aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas destiladas como gim, vodka e whisky, autoridades e especialistas reforçam a importância de saber identificar produtos adulterados. As ocorrências, segundo o Ministério da Saúde, estão restritas ao mercado clandestino, mas exigem atenção redobrada dos consumidores na hora da compra.
A primeira dica é verificar a procedência da bebida. O Ministério da Saúde orienta que nunca se compre produtos sem rótulo, lacre de segurança ou selo da Receita Federal.
Principais sinais de adulteração
1. Tampa e lacre
As tampas originais vêm bem ajustadas, sem amassados ou folgas. Deve haver um “clique” característico ao abrir, e nenhum espaço entre a tampa e o gargalo. Tampas com bordas irregulares, lacres plásticos com picotes ou aparência desgastada são indícios de falsificação.
2. Líquido
Bebidas autênticas têm cor uniforme e aspecto cristalino. Qualquer sinal de turbidez, sedimentos, impurezas ou variação de cor deve acender o alerta. Marcas originais mantêm o mesmo padrão de cor e volume entre garrafas da mesma linha.
3. Rótulo
Os produtos legítimos apresentam impressão em alta qualidade e alto relevo, sem erros de ortografia. Mesmo nas bebidas importadas, é obrigatório um contrarrótulo em português com informações sobre o fabricante e o registro no MAPA. Rótulos tortos, desbotados ou que se soltam facilmente indicam falsificação.
4. Selo fiscal (IPI)
O selo é obrigatório para bebidas importadas e deve ter holografia progressiva com as letras “R”, “F” e “B”. Selos de papel comum, plástico ou sem relevo são falsos. A ausência desse selo também é um sinal de alerta.
5. Garrafa
Garrafas originais são feitas com vidro limpo, sem riscos ou sujeira. O formato é padronizado conforme a marca, e o acabamento é profissional. Embalagens com sinais de reutilização, rótulos desgastados ou tampas reaproveitadas indicam adulteração.
6. Preço e local de venda
A diferença de preço é um dos principais indícios de fraude. Produtos muito abaixo do valor de mercado ou vendidos em locais informais, como barracas, camelôs ou pelas redes sociais, devem ser evitados. Sempre peça nota fiscal e compre de estabelecimentos conhecidos e regularizados.
Como evitar que falsificadores reutilizem garrafas
Após o consumo, especialistas recomendam danificar o material antes do descarte: quebre o vidro com segurança, rasgue o rótulo e separe tampa e garrafa. Isso impede que falsificadores reutilizem embalagens originais para enganar outros consumidores.
Riscos à saúde
O metanol, usado indevidamente na produção de bebidas falsificadas, é um composto tóxico que o corpo humano não consegue processar. Apenas 10 ml podem causar lesões irreversíveis na visão, e 30 ml podem levar à morte.
Os sintomas de intoxicação incluem dor de cabeça intensa, tontura, náusea, visão embaçada e confusão mental. Em caso de suspeita, a orientação é procurar atendimento médico imediatamente, o tratamento é eficaz apenas nas primeiras horas após a ingestão.
O alerta das autoridades é claro: observe, desconfie e só compre de fontes seguras. Um simples olhar atento à garrafa pode salvar vidas.