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Agronegócio

Coluna Agro&Negócio: Praias em Santa Catarina sentem forte impacto das mudanças climáticas, por Ricardo Weg

Construções invadem área de restinga e praias de Florianópolis

há 2 dias

Amanda Martins

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Coluna Agro&Negócio: Praias em Santa Catarina sentem forte impacto das mudanças climáticas, por Ricardo Weg
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Quem olhar as imagens pode querer dizer ao contrário do título deste texto, e afirmar que “o mar invadiu as casas". Mas o ensinamento popular ecoa mais alto. Muitos de nossos antepassados e nós mesmos, falamos que “o mar vem buscar o que é seu". Além das lendas e histórias dos avós, estamos diante de fatos. O nível do mar está aumentando. E esta semana destruiu estruturas na famosa Praia dos Ingleses, a região mais habitada de Florianópolis, Santa Catarina.

Não obstante, novas construções na vizinha Praia do Santinho, estão a todo vapor, aparentemente em cima de áreas de restinga. É urgente termos ações dos órgãos de controle e fiscalização, como Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e o Ministério Público. De concreto, o que se vê são as obras. No entanto, há apoio político local, tanto que o Plano Diretor de Florianópolis, que fomenta um processo de urbanização sem a necessária infraestrutura ambiental e de uma análise das vulnerabilidades, interdependências e capacidade suporte do território.

Outras praias

E agora vê-se também, casas e prédios sob risco iminente de serem levados pelo mar. Além dos prejuízos, da tristeza de famílias inteiras, a poluição e o lixo dos entulhos se vai mar adentro, causando ainda mais impactos. E isso tem acontecido em Santa Catarina em diversas praias, de Norte a Sul. Alertas já foram emitidos, emergências foram decretadas, além de Florianópolis, pelas prefeituras de Barra Velha, Barra do Sul, Garopaba, Itapema, Itapoá, Passo de Torres e São Francisco do Sul. 

A solução? 

O professor doutor Paulo Horta, dos cursos de pós-graduação em oceanografia e ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), afirma com base científica e publicações sobre o tema, que o aterro, ou as chamadas engorda de praias, não são uma solução definitiva. 


“Precisamos rever a ocupação das dunas e restingas, restaurar a vegetação que podem ser chamadas de florestas marinhas. Precisamos realizar um amplo e preciso diagnóstico e buscar inspiração na natureza para o desenvolvimento de soluções que reduzem a erosão, ao mesmo tempo que favorecem o balanço de sedimento. Além das restingas, mangues e recifes são conhecidos como soluções baseadas na natureza para conter a erosão costeira. Está na hora de ajudar a natureza para termos soluções resilientes e inteligentes para enfrentarmos as mudanças climáticas em nosso litoral", aponta Horta. 


“É importante reforçar que essas soluções baseadas na natureza visam reduzir a energia das ondas, reter sedimentos ou construir defesas naturais. Mas isso não vai bastar pois nossas praias estão famintas de sedimento! Portanto, devemos também fomentar práticas responsáveis ​​de uso do território, como evitar construções em áreas de dunas e restingas, gerenciar o escoamento superficial, avaliar os impactos da mineração de areia nos principais rios da região, assim como a centrais hidrelétricas e barragens, medidas que são cruciais para manter o balanço de sedimento com prevenção da erosão a longo prazo", reforça o professor. 


Cientistas avisaram

Os alertas de estudiosos e cientistas vêm de longa data. Recentemente, em 2023 e em 2025, a UFSC emitiu notas técnicas justamente sobre os desastres iminentes nas praias aterradas em Santa Catarina. Nos estudos, previu e denunciou, que o alargamento da faixa de areia, não iria resolver o problema do avanço do mar. Outra denúncia do documento aponta que não foram cumpridas etapas pós alargamento das praias, tais como restituição da restinga. Esse tipo de plantas é estudado pelo departamento de Ficologia, entre outras áreas.

No caso da praia dos Ingleses, os pesquisadores não encontraram uma muda de qualquer planta que fosse. Zero. Nada foi feito. Diz o relatório: “Essa constatação teve como base a concepção e gestão do problema relacionado com a proteção da costa, por um lado, e a observação da não realização das atividades planejadas e licenciadas, em particular aquelas relacionadas com o objetivo da ‘restauração ambiental’". 

Ou seja, as autoridades são avisadas, mas nada fazem de concreto. Ou talvez, a única coisa que aceitam é justamente o concreto. O que vemos é que o concreto será a lápide de uma ilha que foi conhecida mundialmente por suas belezas naturais. Isso tem se tornado fato concreto.

Multimídia:

Confira as notas técnicas da UFSC

Nota técnica de 2023

https://pt.slideshare.net/slideshow/nota-tecnica-aterro-de-praia-em-florianopolis-2023/283735028

Nota técnica de 2025

https://pt.slideshare.net/slideshow/nota-tecnica-aterro-de-praia-em-santa-catarina-2025/283735039

Vídeo com os estragos na Praia dos Ingleses



Veja esse curioso empreendimento sendo construído na Praia do Santinho

Comentário do jornalista Ricardo Weg


Ricardo Weg, jornalista, pós-graduando em Cultura Oceânica e Sustentabilidade (UFSC)






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