há 2 anos
Redação

“Estamos negociando com indústrias o abate e o corte do animal. Desta forma, é possível aproveitar melhor o produto e inserir no nosso cardápio no próximo ano”, comenta.
Foi a paixão pela carne do porco Moura que despertou o desejo de também ser uma criadora. A empresária diz que um dos projetos é ter uma chácara modelo de criação e que seja também um local de visitação. “Acho importante ter no meu restaurante um produto que eu mesma crio. Isso abre novas possibilidades, pois o meu cliente pode ter uma experiência gastronômica diferenciada, visitando a propriedade após consumir o produto”, revela. Atualmente, a criação da raça pela empresária acontece em parceria com um produtor de orgânicos de Palmeira. Para ela, com a organização da cadeia produtiva e o planejamento de ações será possível tornar o município um polo de produção e referência no mercado. “É importante que se tenha a rastreabilidade da produção. Quando se desenvolve a cadeia é possível gerar mais renda, movimentar o turismo rural, ser referência no setor e explorar melhor as propriedades rurais”, avalia. Proprietário da empresa na aérea de consultoria agropecuária, o zootecnista Charles Novinski, é um dos envolvidos no trabalho de organização da cadeia produtiva do porco Moura, em Palmeira. Segundo ele, é importante, nesse primeiro momento, focar no caminho reverso, ou seja, levar a informação até o consumidor para que ele conheça o produto e o mercado seja estimulado. “É essencial que o consumidor busque o produto, conheça a história da raça, o alto grau de bem-estar com que o animal é criado e tenha garantia de origem do produto. Esse mercado já existe, mas precisa ser desenvolvido. Muitos consumidores querem saber a origem do que estão consumindo, quem é o criador, como os animais foram criados. Após isso, é importante buscarmos indústrias para fazer os cortes e os produtos e, por fim, trabalharmos com os criadores”, comenta. Segundo ele, não existem dados oficiais sobre a criação no Estado, mas sondagens com criadores que mantêm a raça pura e que compraram animais de origem genética conhecida. São 32 vinculados à Associação Paranaense de Criadores de Porco Moura, com rebanho de 500 animais. No entanto, há criadores que não estão associados, com uma média de 400 animais.Conforme a diretora de Agricultura e Pecuária da Prefeitura de Palmeira, Thais de Almeida Santos, existe uma preocupação da gestão municipal em padronizar a criação do porco Moura na cidade.
Para isso, a Prefeitura está desenvolvendo, em parceria com o Sebrae/PR, o projeto 'Porco Moura Palmeira', que visa incentivar a criação, com a oferta de assistência técnica. Além disso, a carne é indicada para charcutaria, isto é, em embutidos como linguiças, salames e presuntos. “Queremos padronizar e incentivar a criação, saber quem são os produtores, oferecer assistência técnica e subsídios para que possam ter uma renda extra com a carne”, diz a diretora.A zootecnista e professora da UEPG, doutora Maria Marta Loddi, é uma das integrantes do Comitê e acredita que a estruturação da cadeia produtiva é importante, principalmente com relação à parte técnica de apoio aos criadores.
“É fundamental buscarmos certificação da carne, ter cuidados com a legalização do abate, verificar o direcionamento genético e direcionar para quem será comercializado o produto”, pontua. Regiões produtorasExistem criações da raça no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A espécie foi introduzida na região sul do Brasil ainda no período colonial, pelos europeus, especialmente pelos portugueses e espanhóis, e hoje é reconhecida como uma raça existente só no Brasil. Como o Porco Moura tem maior resistência a doenças e a condições climáticas adversas, a sua criação é mais fácil em regiões de clima frio.
da assessoria