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Publicado por Amanda Martins

A escolha de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal abriu um novo capítulo de tensão entre o Palácio do Planalto e o Senado. Messias, que aposta na boa relação com parlamentares do Centrão e da direita, também espera acolhimento da bancada evangélica. Embora seja evangélico, deve defender publicamente que religião e política não devem se misturar.
A indicação, porém, chega a um Senado com clima considerado ruim para o governo. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, mostrou-se contrariado com a decisão e não deve trabalhar pela aprovação do nome de Messias. Segundo informações do portal Metrópoles, Lula “deve estar se sentindo muito forte para brigar com Senado e Câmara ao mesmo tempo”. A avaliação é de que o presidente acumula dívidas políticas com os senadores, muitos deles nunca foram recebidos por Lula para uma conversa.
Havia expectativa de que Lula telefonasse para Alcolumbre antes de a indicação se tornar pública, o que não ocorreu. O desgaste recai especialmente sobre Jaques Wagner, líder do governo no Senado e um dos principais defensores de Messias. Em meio às articulações, o indicado recebeu apoio público do ministro André Mendonça, nomeado ao STF por Jair Bolsonaro.
Caso Messias seja aprovado, Lula deve indicar uma mulher para substituí-lo na AGU. Entre as principais cotadas estão Anelize Almeida, procuradora-geral da Fazenda Nacional; Isadora Cartaxo de Arruda, secretária-geral de Contencioso; e Adriana Venturini, procuradora-geral federal.
No cenário político mais amplo, a decisão do governo dos Estados Unidos de retirar tarifas sobre produtos brasileiros fortaleceu o Planalto e expôs a má fase do bolsonarismo. O recuo norte-americano beneficia a economia brasileira e coincide com avanços judiciais contra Jair e Eduardo Bolsonaro. Em reação, Eduardo Bolsonaro afirmou que a redução das tarifas não teve mérito diplomático, atribuindo a decisão à inflação elevada nos EUA.