O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, contrariou o presidente Jair Bolsonaro e afirmou que manterá a bandeira tarifária mais cara na conta de luz pelo menos até abril de 2022. A informação foi dada à jornalista Carla Araújo, do UOL .
Segundo Albuquerque, é necessário esperar o volume de chuvas nos próximos meses para ver se há possibilidade de alterar a bandeira. Essa seria uma alternativa para segurar a crise hídrica do país.
Na última semana, Bolsonaro afirmou que irá pressionar Albuquerque a reduzir o valor da conta de luz nos próximos meses. O presidente justificou a volta do período de chuvas para retomar a normalidade da tarifa energética.
No entanto, o país ainda passa pela pior crise hídrica em 91 anos e, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), há possibilidade de apagão nos próximos meses.
Bento Albuquerque ressaltou ser de alçada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a responsabilidade de alterar a bandeira tarifária. O ministro disse acreditar que a proposta também não deve entrar em pauta entre os conselheiros da Aneel.
Atualmente, a bandeira praticada pela agência reguladora é a de escassez hídrica. A bandeira cobra 50% a mais do valor praticado pela bandeira vermelha patamar 2, a mais cara da Aneel.
Os reservatórios de usinas hidrelétricas estão operando abaixo da capacidade desde o início do ano devido à pouco volume de chuvas no país. Em usinas do Sudeste e Centro-Oeste, a capacidade de geração de energia é a menor em 22 anos, segundo informou a ONS, na última semana.