há 10 horas
Amanda Martins

O representante da União Brasileira dos Caminhoneiros, Chicão Caminhoneiro, esteve na Presidência da República nesta terça-feira (2) para protocolar uma ação referente à paralisação geral da categoria, marcada para quinta-feira (4). Segundo o Metrópoles, para o caminhoneiro, o projeto que convoca a greve foi construído “a várias mãos” e representa um movimento de “caminhoneiros, guerreiros, lutadores”.
Chicão negou que a mobilização tenha caráter político e pediu que os participantes respeitem as leis durante a paralisação. “Não podemos impedir o direito de ir e vir das pessoas, temos que respeitar toda a legislação que é imposta à categoria no sentido de permitir o livre trânsito das pessoas”, afirmou.
O desembargador aposentado Sebastião Coelho acompanhou o ato de protocolo no Planalto, declarando oferecer “apoio jurídico ao movimento” e prometendo novas informações ao longo do dia. Coelho, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem convocado apoiadores para paralisações em prol de anistia ao ex-mandatário, preso na sede da Polícia Federal.
Nas redes sociais, o ex-magistrado defende uma mobilização “ampla, geral e irrestrita” em busca de anistia para os investigados do 8 de Janeiro e para Bolsonaro, afirmando que a pressão deve ser direcionada ao Congresso Nacional. Para ele, “esse é o caminho que restou” após tentativas anteriores sem resultado.
A convocação ocorre em um cenário sensível para a categoria, que já protagonizou uma paralisação de grande impacto em 2018, quando caminhoneiros de todo o país pararam por dez dias em protesto contra os reajustes frequentes do diesel. A mobilização levou ao desabastecimento de combustíveis, alimentos e insumos em diversos setores, e só foi encerrada após o então presidente Michel Temer atender parte das reivindicações.
A nova greve, marcada para esta quinta-feira, reacende o temor de impactos nacionais e coloca novamente a categoria no centro do debate político e econômico.