Na tarde da última quinta-feira, 15, 20 dos 34 deputados federais integrantes da comissão especial do voto impresso aprovaram uma auto-convocação do colegiado. O objetivo é submeter nesta sexta-feira, 16, o projeto do deputado Filipe Barros (PSL-PR), que implementaria o voto impresso, e derrubá-lo antes mesmo do início do recesso, previsto para começar amanhã.
Sem aprovação dessa comissão, o voto impresso não pode seguir para votação no plenário da Câmara. O grupo de 20 deputados ainda tem a intenção de nomear um novo relator, contrário à proposta, para produzir um documento e finalizar a discussão no Congresso Nacional.
“Não digo que é ruim, sou até a favor, mas não dá tempo para o ano que vem”, afirma deputado Hildo Rocha (MDB-MA). A auto-convocação do colegiado foi liderada por Rocha e teve a adesão de deputados de 12 partidos: MDB, PT, PSDB, PDT, Solidariedade, PCdoB, PV, Republicanos, PSOL, DEM, PSD e até o Patriota, que está entre as opções de filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), maior defensor do voto impresso em 2022.
Em minoria na comissão, o presidente, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), e o relator, Filipe Barros (PSL-PR), tentavam adiar a votação até este momento, para impedir a derrubada da proposta.
Na semana passada, Bolsonaro, que tem a proposta do voto impresso como sua principal pauta na Câmara de Deputados, chegou a dizer “sem voto impresso não terá eleição em 2022” . Depois tentou se corrigir, dizendo que só a impressão na apuração garantiria a lisura necessária para considerar o pleito uma eleição justa.