Artistas, produtores e trabalhadores de diferentes áreas da cultura do Paraná terão acesso a bolsas para formação em políticas públicas culturais, que vão fortalecer o trabalho do setor, um dos mais atingidos pela pandemia da Covid-19. O programa Bolsa Qualificação – Lei Aldir Blanc 2021 foi lançado nesta terça-feira (22), em Curitiba, pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e vai atender 12 mil pessoas, que receberão R$ 3 mil cada para participar do curso de extensão, movimentando R$ 36 milhões.
Na solenidade, realizada no Teatro Guaíra, com transmissão pelo YouTube, foram lançadas duas iniciativas: o Bolsa Qualificação e a Paraná Cultura, plataforma multimídia que reúne conteúdos produzidos por artistas paranaenses durante a pandemia.
“Com o programa Bolsa Qualificação, nossos artistas, músicos, atrizes, atores, artistas circenses e profissionais que trabalham nos bastidores dos espetáculos terão acesso a um curso de qualificação, que vai contribuir para que as ideias desses profissionais possam ser colocadas no papel”, afirmou o governador. “Com isso, eles terão mais facilidade para captar recursos para seus projetos e espetáculos, tanto na iniciativa privada como também nos editais públicos de incentivo à cultura”.
Uma das etapas da Lei Aldir Blanc, que prevê auxílio financeiro ao setor cultural brasileiro durante a pandemia, o programa de qualificação vai oferecer 12 mil bolsas de R$ 3 mil, divididas em três parcelas de R$ 1 mil. Paralelamente, os contemplados devem participar das aulas ofertadas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) na modalidade de ensino a distância (EaD). A distribuição das vagas será proporcional à população de cada macrorregião paranaense.
“Nosso objetivo é promover um profundo assessoramento e muito conhecimento técnico, aliado ao apoio financeiro que é essencial para o momento crítico que estamos atravessando. Este é o maior e mais completo programa de qualificação cultural do País”, afirmou a superintendente estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira.
O secretário estadual da Comunicação Social e da Cultura, João Debiasi, salientou que os profissionais estarão mais qualificados para gerir projetos com o retorno da agenda cultural após a fim da pandemia. “Os profissionais poderão formatar projetos que sejam mais competitivos na aquisição de recursos. Há diversas plataformas de incentivo e fomento à cultura, mas muitas vezes os projetos não estão elaborados de uma forma atrativa”, explicou.
“A capacitação tem esse objetivo e também vai contribuir com a gestão de seus projetos e negócios. É um investimento na cultura enquanto atividade econômica, que gera milhares de empregos e movimenta um grande público no Paraná”, acrescentou Debiasi.
QUALIFICAÇÃO – O curso de extensão tem carga horária de 120 horas, divididas em três módulos de 40 cada. O primeiro módulo, que trata da formação em políticas de incentivo à cultura, é comum e obrigatório a todos os contemplados. “Os artistas têm boas ideias, mas muitas vezes têm dificuldade de colocar no papel para acessar os editais de incentivo. Essas primeiras 40 horas são para aperfeiçoar a elaboração de projetos”, explicou Luciana Casagrande.
Os módulos seguintes serão voltados para a área de atuação de cada participante, e os conteúdos foram divididos entre Artes Visuais; Audiovisual; Circo; Dança; Literatura, Livro e Leitura; Música; Ópera; Povos, Comunidades Tradicionais e Culturas Populares; Teatro e Técnicos que atuam na cadeia produtiva da cultura.
Os participantes assistirão a aulas gravadas e receberão assistência de facilitadores da UEPG. As inscrições serão abertas após a assinatura do decreto que regulamenta o programa. Para se inscrever, o participante precisa comprovar o vínculo com a área da cultura. Todo o processo será feito de forma descomplicada e desburocratizada.
UNIVERSIDADES – O superintendente estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, destacou a contribuição das universidades estaduais em fomentar diferentes áreas do conhecimento, contribuindo com a formação em todas as regiões do Paraná.
“A UEPG conta com uma larga experiência em educação a distância, são 20 anos de atuação na modalidade, e também na formação de pessoas na área de produção cultural”, explicou. “Com esse curso, os trabalhadores da cultura poderão melhorar sua qualificação profissional, para aperfeiçoar a captação de recursos e a gestão de projetos”.
da AEN