Com uma série de ações de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade social, a Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa colocou em prática no ano de 2021 o projeto ‘Nenhum aluno a menos’. O trabalho consiste em uma série de ações para que nenhuma criança fique afastada dos estudos durante a pandemia. Neste contexto, a manutenção das aulas presenciais fez toda a diferença, especialmente para estudantes carentes.
“Identificamos uma série de situações complexas que não poderiam ser tratadas adequadamente sem as atividades presenciais, como o acesso a mídias eletrônicas e outras carências que estavam impedindo o desenvolvimento escolar de vários alunos”, relata a secretária de Educação, professora Simone Pereira Neves. O trabalho contou com a ação do Serviço Social Escolar da SME.
A SME contabilizou 1354 alunos do Ensino Fundamental, o equivalente a 6,61% do total, que não foram alcançados pelo Ensino Remoto por não terem acesso às mídias eletrônicas. Na Educação Infantil 8,24% dos alunos não foram alcançados pelo Ensino Remoto, totalizando 347 alunos à margem desse ensino.
Desta forma, o plano para atendimento desses alunos foi colocado em prática com o retorno às atividades presenciais. As crianças foram atendidas em sala de aula, com horários agendados, para garantir o aprendizado e reduzir as chances de abandono escolar. Outra medida adotada para reduzir os impactos da pandemia sobre os alunos em vulnerabilidade foi a manutenção destes estudantes no sistema 100% presencial, enquanto os demais alunos frequentam as aulas no sistema híbrido.
Além do acompanhamento daqueles que frequentam as aulas, a equipe da SME realiza de maneira permanente o trabalho de Busca Ativa Escolar. Trata-se de um conjunto de ações para que não haja evasão escolar, com visitas domiciliares a famílias de alunos que não compareceram às aulas ou que deixaram de retirar e entregar as atividades remotas disponibilizadas pelas unidades escolares. No início do ano, a Secretaria contabilizava quase 700 alunos que não estavam comparecendo com a entrega de atividades.
Um “porto seguro” para as famílias
Agatha Thailise dos Santos, 08 anos, estuda no 3º ano da Escola Municipal Professora Kazuko Inoue, na Vila Princesa, em Ponta Grossa. A aluna é muito esforçada e a família é grande apoiadora da estudante, mas a avó, Luci Aparecida Pereira dos Santos, sentia que não estava conseguindo oferecer o apoio que a neta merecia. “Eu não tenho estudo, mas eu faço todo o esforço para que os meus netos estudem, para que eles tenham um futuro brilhante lá na frente. Sempre disse a ela que não desista, persista, porque se um dia a gente perde, no outro a gente ganha. E se a gente desistir, vai ser pior no futuro, lá na frente”, conta a avó, que estudou somente até o 1º ano fundamental. “Agora está melhor, vir para escola todo dia é muito bom, porque a gente aprende mais”, conta Ágatha.
“A escola é o porto seguro da comunidade”, resume a diretora da escola, Débora Scremin Mendes. “Tudo o que a gente pode fazer pelas famílias, a gente faz, porque este é o único lugar que eles têm para vir conversar e construir um futuro melhor”. A equipe da escola foi diversas vezes até a residência da aluna para fazer o acompanhamento das atividades e garantir o vínculo escolar, mesmo com as dificuldades levantadas pela dona Luci. Já em 2021, com a escola aberta, a aluna foi inserida em um grupo de atividades presenciais, com horários agendados. “A família percebeu que tínhamos a possibilidade de contra-atacar a doença com as medidas de segurança”, aponta Débora.
da assessoria