Desde que a pandemia começou, em março de 2020, muito se foi questionado se o cachorro e o coronavírus têm alguma relação, se os pets podem se infectar ou até mesmo transmitir o vírus para os humanos. No início, muitos donos irresponsáveis começaram a abandonar os pets por pensar que era perigoso ter um animal de estimação e contrair a doença, mesmo sem uma confirmação científica para tal atitude.
Por conta disso, é preciso que os tutores de seus pets estejam atentos aos esclarecimentos da ciência no que se diz respeito aos animais. Cães e gatos podem, sim, contrair um coronavírus. Desde que alguns animais foram identificados com o vírus, muitos acusaram os pets de serem transmissores da doença que afetou o mundo inteiro. Mesmo assim, é preciso ter em mente que ”cachorro e coronavírus” estão longe de causarem algum problema de saúde aos humanos.
Está sim confirmado que os animais podem contrair o vírus, mas eles não transmitem para os humanos. Estudos feitos nos Estados Unidos não indicaram nenhuma evidência dessa hipótese. O vírus que circula entre os animais, muitas vezes, pode passar despercebido por tutores e, geralmente, não causa tanto alarde quanto o Covid-19.
Essa infecção nos animais é referente a um vírus benigno, conhecido como coronavirose canina. Sendo assim, não é preciso entrar em desespero e abandonar o pet de estimação, afirma a veterinária Livia Romeiro. De acordo com as pesquisas realizadas ao redor do mundo, é muito mais fácil um ser humano infectar um animal do que o contrário.
O que é a coronavirose canina?
A única semelhança entre a coronavirose canina e o vírus que se espalhou pelo mundo humano é que eles são da mesma família. Apesar do vírus em cães não afetar seres humanos, isso não significa que os cães não sofram com essa infecção.
Existem dois tipos de coronavirose que atacam os cachorros, sendo eles o Coronavirose Entérico Canino, que ataca o intestino do cão e provoca diarreia e vômitos, e Coronavirose Respiratório Canino que ataca o sistema respiratório do pet.
Como os cães se contaminam com o vírus?
A contaminação ocorre quando o cão ingere o vírus, seja por água ou alimento que esteja contaminado pela doença.
Quando está no corpo do animal, o vírus pode viajar diretamente para o sistema digestório do cachorro e, ali, ele pode infectar as células do estômago. A infecção pode causar um certo desconforto no animal, porém o vírus continua sua rota e, geralmente, sai nas fezes.
Além da diarreia e do vômito, outros sintomas que o cão pode apresentar são:
O tratamento dessa enfermidade é proposto por um médico veterinário responsável pelo cão. Muitas vezes ele é feito para ajudar o pet a se manter forte para combater o vírus. Dentre as ações do tratamento, encontra-se:
Apesar de muitas vezes os cães conseguirem superar o vírus, ele não deixa de ser perigoso, principalmente para filhotes e cães com mais idade. Sendo assim, é importante estar atento quanto à saúde do pet.
A Covid-19 pode ficar nos pelos do animal?
Como todos sabemos, a transmissão do vírus está no ar, ou seja, se uma pessoa contaminada tossir ou espirrar e estiver sem a máscara, ela pode contaminar outras pessoas.
Com isso, surgiram dúvidas se respingos podem permanecer grudados nos pelos dos animais. A Fiocruz realizou alguns estudos e comprovou que não há evidência do vírus “grudar” nos tecidos cutâneos, ou seja, pele e pelos. Apesar dos animais não transmitirem o novo vírus, é importante que o tutor que esteja com os sintomas sempre permaneça em cuidados necessários.
Algumas recomendações para humanos também servem para os animais. Portanto, quando for passear com o seu amigo de quatro patas, mantenha sempre o distanciamento social. Lembrando que os tutores de cães não devem colocar máscaras em seus pets em passeios, evitar contato e proximidade com outros animais e humanos já é essencial para o pet.
É preciso fazer testes nos cães?
Um dos principais sintomas do coronavírus é a tosse seca e a febre, alguns animais que testaram positivo tiveram apenas o primeiro sintoma, mas, nesses casos, o teste em si deve ser realizado apenas para fins de pesquisa, e apenas um veterinário especializado poderá dizer se o animal precisa ou não fazer o teste.
Geralmente um cão que foi detectado com coronavírus pode permanecer assintomático, então as chances de necessitar internação decorrente ao vírus é mínima e, se ocorrer, também deverá ser indicada por um profissional veterinário.
Mantenha a frequência de visitas ao veterinário
Mesmo que o cachorro e o coronavírus humano estejam em lados opostos, é de responsabilidade do tutor manter o seu pet com saúde. Por isso, realizar exames de rotina e verificar se está tudo bem com o animal é importante.
Algumas doenças podem passar despercebidas e, com um tratamento tardio, muitas vezes, pode não ser tão eficaz quanto os tratamentos precoces. Para sempre manter o seu animal de estimação com saúde, procure um médico veterinário especialista e de confiança.