O Clube da Robótica assinou convênio com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) para a prototipagem de um respirador de baixo custo. O aparelho se tornou primordial diante da pandemia do Coronavírus e vem sendo vendido a quase R$ 200 mil pelos chineses, um dos únicos fabricantes do mundo. “A ideia veio da possibilidade de fazer um equipamento mais barato e que atendesse a necessidade mínima de um paciente acometido pela COVID 19”, explicou o professor do Departamento de Engenharia Civil da instituição, Elias Pereira. O docente havia lido matérias sobre os equipamentos da NASA e MIT, e também da USP. “Então surgiu a ideia de montar algo parecido dentro da Universidade”, completou.
A expertise da programação e protótipos com arduíno levou a UEPG a procurar o Clube da Robótica para se juntar ao projeto. “Já nos envolvemos com instituições de ensino e também empresas em projetos que buscam soluções e utilizam programação e robótica para isso”, contou o CEO do Clube, Evandro Kafka, destacando que o convite foi muito bem aceito. “Ter o reconhecimento de uma instituição como a UEPG e ter sido indicado por outros profissionais é ótimo”, avalia.
O reitor da Universidade, Miguel Sanches Neto ressaltou a importância do convênio. “Esta parceria entre a UEPG e o Clube de Robótica para a desenvolvimento de um ventilador pulmonar alternativo muito nos orgulha, primeiramente por ser uma das parcerias e ações da nossa instituição no enfrentamento à pandemia e, em especial, por poder, quando pronto, salvar vidas de pacientes com Covid-19”, avalia.
As entidades parceiras estão trabalhando no protótipo desde o final do mês de março e estão confiantes na sua usabilidade. “A expectativa é de realizar testes já nas próximas semanas”, prevê o professor, que conta com a parceria de profissionais do Hospital Universitário Regional para a testagem. Foi Pereira que, antes de convidar o Clube da Robótica, fez os primeiros modelos em sua casa mesmo. “Como trabalho bastante com equipamentos mecânicos e elétricos montei o primeiro protótipo em casa, mas percebi que iria precisar de ajuda principalmente na programação”, disse.
Para a montagem do protótipo, o Clube da Robótica contou com colaboração mirim. “Escolhi os alunos mais experientes do Clube e os chamei para ajudar no projeto”, contou Kafka. Foi então que os meninos Matheus Gorte, Bernardo Rosas e Ricardo Fidélis, de 13, 14 e 15 anos respectivamente foram envolvidos no projeto. “Os meninos já estão há um tempo acompanhando o Clube, aprendendi robótica e programação. Mas participar de um projeto deste nível nos deixa muito orgulhosos”, destaca a mãe do Matheus, Vanessa.
O protótipo
O respirador que está sendo montado na Universidade segue os parâmetros médicos mínimos para o controle do paciente. “O volume de ar injetado, vezes que o ambu é acionado por minuto, delay entre expiração e inspiração e velocidade de acionamento do ambu”, exemplifica o professor. Os custos para a montagem do respirador ficaram em torno de R$ 1 mil.
O convênio entre as duas entidades foi publicado no Diário Oficial do Estado no último dia 22.
Da assessoria