A internet revolucionou o modo que vivemos. Nada que fazíamos há 15 anos é igual a como fazemos hoje. Vida social e amorosa, meios de transporte, telefonia e, especialmente, os nossos meios de compras foram moldados pela revolução que a internet trouxe no meio dos anos 90.
Um fato impressionante é quão massivo o acesso à internet se tornou em um intervalo de tempo relativamente curto. No Brasil, segundo o Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic.br), cerca de 134 milhões de pessoas tem acesso à internet e dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), apontam que mais de 51% da população tem acesso à internet. Ou seja 4,1 bilhões de pessoas estão trafegando na internet e como consequência, alimentando milhares de bancos de dados com suas informações de forma (na sua grande maioria das vezes) totalmente voluntária.
A todo momento estamos tornando os sistemas mais informados sobre nossas preferências. Discussões políticas, pesquisas sobre artistas e programas de televisão, ou até mesmo uma breve “googlada” para checar as tendências da estação estão moldando os “robôs”, otimizando cada vez mais seus mecanismos. Quem nunca passou a receber atualizações de um site, após pesquisar sobre um novo par de chinelos?!
Uma coisa é certa, a experiência de comprar talvez não seja mais tão prazerosa como antes, mas certamente se tornou muito mais fácil, e é provável que uma criança tenha mais facilidade em comprar algo naquele site estrangeiro usando aquela assiste de voz, do que para aprender a ler e a escrever.
Um outro fenômeno que a explosão de dados trouxe consigo, foi uma grande sacudida no mercado de trabalho criando nichos de mercado como o cientista de dados que são “parte matemáticos, parte cientistas da computação e parte observadores de tendências. E, como transitam entre os mundos dos negócios e da TI, eles são muito procurados e bem-remunerados.” (sas.com)
De fato, muitos já ouviram falar como o cientista de dados era o profissional do futuro, afirmação que divide opiniões entre especialistas. Analisando as buscas sobre data Science no google, pode-se observar que o termo atingiu seu pico no ano passado, mas ainda está em grande evidência.
Porém, segundo um artigo de Flavio Clésio republicado pela abracd.org, a ciência de dados pode estar entrando em uma bolha por razões que envolvem o retorno do investimento não justificar os salários, a alta competitividade trazendo uma eventual dificuldade para que novos profissionais entrem no mercado, e um terceiro fator que pode ser considerado talvez o mais grave, muitas pessoas decidem entrar na profissão sem ao menos entender do que se trata. Este último motivo pode ser justificado pois as profissões dentro da ciência de dados se tornaram uma promessa de uma carreira de sucesso meteórica. É comum encontrar na internet propagandas de cursos e workshops que prometem ensinar em poucas horas tudo que é preciso saber sobre dados e como analisá-los de modo que o participante se torne facilmente um profissional com alta demanda no mercado.
Questões polêmicas à parte, a internet está aí e dificilmente voltaremos a um mundo pré “Rede mundial de computadores”, só resta tirar proveito de suas informações para tornar os negócios mais eficientes e lucrativos independente de quão grande ele seja. De multinacionais a pequenas empresas, se há um terminal com acesso à internet, pode tirar proveito disso, e ao contrário do que é pregado por muitos, tomar decisões baseadas em dados não é complexo como projetar um foguete, mas muito semelhante à forma que são tomadas decisões para a grande maioria das questões do dia a dia, porém, ao invés de ter apenas como fonte de informação a experiência pessoal e individual, há um mar de informações com origens nos mais diferentes perfis, dando a possibilidade de decidir de modo mais assertivo entendendo público alvo, custos, investimentos, fornecedores, logística e muito mais.
Por fim, a análise de dados não é nem de longe uma novidade, e como toda tecnologia está em constante evolução, passando por uma fase que foi considerada por muitos um modismo, mas ninguém ousa menosprezar sua importância como uma aliada nos negócios e sim, ela é para todos os negócios.
Fontes:
https://www.sas.com/pt_br/insights/analytics/cientistas-de-dados.html
https://abracd.org/por-que-acredito-que-no-brasil-estamos-entrando-em-uma-bolha-de-data-science/