Com o inverno chegando no hemisfério sul, surgem as tendências para a estação mais fria do ano, seja na vestimenta, na alimentação, nos vinhos e até nos drinks. Nesta semana a jornalista e sommelière Patrícia Ecave inovou trazendo mais um tema para discussão virtual (em tempos de pandemia) para inspirar aqueles que apreciam drinks e coquetéis. Convidou o bartender pernambucano radicado em Curitiba, Romero Brito, para dar sugestões de drinks e ensinar alguns que podem ser elaborados em casa no inverno.
Romero Brito é bartender oficial do programa Bar da Madrugada, da Rede Massa, presta consultoria para várias empresas do ramo em Curitiba e, durante o encontro virtual, trouxe várias informações, além de receitas de drinks. Relatou, por exemplo, que a mistura de bebidas alcoólicas com outros líquidos é feita desde a Grécia Antiga, quando se misturava água ou mel ao vinho, e que o termo “drink” surgiu na Inglaterra em 1798 para se referir a alguns tipos de bebidas. As taças também foram destaque, Romero esclareceu a importância dos tamanhos e diferenças entre elas conforme a elaboração do drink: “Não podemos elaborar um drink margarita em um copo collins, ou um dry martini em copo long, pois as quantidades e proporções de produtos utilizados são diferentes e, portanto, não podem ser comportados sempre no mesmo espaço”, destaca.
Na live foram apresentadas as três receitas a seguir:
Cuervo margarita
50ml de Tequila José cuervo ;
25ml de Licor de laranja ;
25ml de suco de limão e meio limão para passar na borda da taça;
25ml de xarope de baunilha ;
Sal para decorar a taça;
Taça Margarita.
Modo de preparo:
Primeiro passe o limão na borda da taça e, em seguida, coloque o sal em um prato raso para poder passar a taça, com o limão, no sal para que fique fixado na borda, reserve a taça na geladeira.
Utilize uma coqueteleira (se não tiver em casa, pode ser uma garrafa com tampa), adicione a tequila, limão, licor (caso não tenha licor em casa pode substituir por 3 gotas de essência de baunilha), coloque algumas pedras de gelo, feche a garrafa ou a coqueteleira e mexa bem. Coe para separar o gelo e evitar a diluição do drink, sirva na taça reservada.
Bublle
200ml de espumante brut;
40ml de whiskey;
Casca de limão siciliano para decorar;
25ml xarope de mel;
10ml de Limão;
Taça escandinava ou collins.
Modo de Preparo:
Use um mixing glass ou um copo maior para fazer a mistura dos ingredientes, acrescente o xarope de mel que também pode ser feito em casa usando as medidas de um para um (ferva a água e, quando levantar fervura, desligue e dilua o mel), adicione o whiskey, limão, bastante gelo no copo e mexa tudo, coloque em uma taça escandianava ou taça collins e, em seguida, complete o drink com espumante brut e finalize com casca de limão siciliano, que também tem a função de aromatizar.
Drink dos deuses
1 ramo de manjericão;
50ml de Gin;
25ml de xarope de gengibre;
10ml de suco de limão;
10ml de licor de pêssego ou 1 colher de açúcar;
Tônica;
Copo para whiskey.
Modo de preparo:
Coloque uma pedra de gelo em seu copo, adicione o gim e mexa para gelar. Na sequência, coloque o xarope de gengibre, o licor de pêssego, limão, o ramo de manjericão, finalize com a tônica e dê uma leve mexida.
Durante a conversa, Patrícia perguntou a Romero se teria algum ingrediente complexo ou que não fosse recomendado para todas as pessoas para a elaboração de um drink, o bartender destacou a responsabilidade da elaboração de drinks e os cuidados que devem ser tomados com alguns ingredientes. Exemplificou esta questão com o uso do cumaru que é extremamente perfumado e ótimo para a composição de drinks, porém deve-se tomar muito cuidado no seu uso, pois o extrato da cumarina tem efeito anestésico sobre o sistema nervoso central, e, por isso, em altas doses pode ser mortal. É contraindicado para grávidas, lactantes, crianças menores de 12 anos, idosos e pessoas com problemas hepáticos.
A carambola também foi lembrada nesse contexto, pois é uma fruta de aroma e sabor agradável e também decorativa, mas pacientes com problemas renais crônicos não devem ingerir a carambola, porque a fruta conta com a enzima caramboxina que não é filtrada pelos rins. O excesso da caramboxina pode atingir o cérebro e ocasionar vômito, confusão mental, agitação psicomotora, convulsões e até mesmo levar à morte. Diabéticos e pessoas com hipertensão também devem evitar o consumo da fruta.
Romero explicou ainda, a título de curiosidade, as diferenças entre os termos “drink” e “cocktail”. Segundo o bartender, drinks são de elaboração mais simples, contam com a mistura de um ou dois ingredientes que podem ser mexidos com colher ou batidos na coqueteleira. Já para a elaboração de um cocktail é preciso um profissional da área, pois se trata da composição de vários drinks conhecidos como os sours, fizzes e outros que exigem medidas corretas, proporções específicas e cuidado no manuseio dos ingredientes adicionados à bebida. Os cocktails seguem uma estrutura com três pilares: base alcoólica; o bitter, que na maioria das vezes se utiliza Angoustura; e dulçor, quase sempre torrão de açúcar, e devem ser mexidos diretamente no copo ou mixing glass. Existem diversas outras técnicas também utilizadas no preparo de drinks, “como rolagem, swizzle, entre outras”, finalizou.
Confira no link abaixo o vídeo da live realizada para a elaboração das receitas citadas :