O sindicato do Comércio Varejista de Ponta Grossa e Região (Sindilojas PG) ingressou como terceiro interessado, colado da Prefeitura Municipal, na ação movida pelo Ministério Público que pede o fechamento do comércio não essencial do municipal.
De acordo com José Carlos Madalozzo Junior, advogado do Sindilojas, o objetivo é contribuir com informações e dados vindos de parte dos comerciantes e lojistas para que os estabelecimentos possam continuar operando de forma gradual e escalonada.
Na última sexta-feira (17), a 1ª Vara da Fazenda Pública indeferiu a liminar e o Ministério Público já informou que irá recorrer da decisão. Você confere mais detalhes clicando aqui.
O que diz o Sindilojas
Para o Sindilojas, o Ministério Público falha ao não apontar um caminho a seguir e não levar em conta as particularidades de cada município. “O cenário atual da situação gerada pelo coronavírus, é diferente em cada local. Talvez seja por este motivo que não existe consenso, mesmo entre os técnicos da área, de qual seria a melhor atitude diante do fato”, explica Madalozzo.
Dados informais obtidos junto ao sindicato dos empregados do comércio em Ponta Grossa apontam que mais de duzentas empresas da base territorial pediram a suspensão dos contratos de trabalho de seus colaboradores e um número ainda maior de trabalhadores informais perderam o seu sustento. “Há que se levar em conta que distanciamento social não é sinônimo de isolamento absoluto, sob pena de o remédio matar mais que a doença”, alerta.
Segundo o Sindilojas, isso não significa que a população, comerciantes e empresários devam agir como se nada estivesse acontecendo. “Todos estão empregando sua cota de esforço para superar esta terrível doença que apavora o mundo inteiro, mas é necessário continuar o enfrentamento de todas as angustias da sociedade, entre elas o direito/dever de trabalhar para, com dignidade e segurança prover o sustento das famílias”, enfatiza.
Movimento intenso nas ruas
Uma das maiores preocupações do Ministério Público foi com o intenso fluxo de pessoas nas ruas, em especial nas grandes lojas e no Calçadão da Coronel Cláudio, logo após a flexibilização das restrições impostas ao comércio.
Para o Sindilojas, o fato foi atípico. “O que gera na população as corridas ao comércio, é o medo de que lhes faltem o básico. Sabendo que estão seguros e não irá fechar por completo a cidade, as coisas acalmam e o povo aprende a seguir as novas regras”, alega Madalozzo.
O Sindilojas ressalta ainda que, passadas duas semanas dos questionados decretos que permitiram flexibilização escalonada do comércio, os números da doença no município não avançaram de forma significativa. No último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, no dia 17 de abril, Ponta Grossa tinha seis pacientes com confirmação de COVID-19 – sendo que cinco já haviam se curado – e outros seis casos ainda em investigação.