Cerca de 72% da população brasileira vive em um dos biomas mais ricos do mundo: a Mata Atlântica. Significa que aproximadamente, 145 milhões de pessoas convivem com pelo menos 850 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 de peixes. Isso sem falar na flora, em que novas espécies são catalogadas com frequência.
A Mata Atlântica é um bioma que, apesar de abranger 17 estados, é também o mais ameaçado. Apenas 12% de sua área original é preservada, e isso se dá graças às Unidades de Conservação, como o Parque Vila Velha.
Caminhando pelo Parque
O Parque Estadual de Vila Velha é o primeiro Parque Estadual criado no Paraná, em 1953, pela Lei Estadual nº1.292. Em 1966, o espaço foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná. Hoje é uma concessão do Governo do Estado do Paraná, por meio do Instituto Água e Terra, à Soul Vila Velha, uma empresa da Soul Parques.
O Parque está localizado em uma área que chamada de a Grande Reserva Mata Atlântica (GRMA), que reúne a maior porção contínua do bioma em bom estado de conservação.
Repleto de belezas naturais, o Parque Vila Velha congrega diversas formações milenares importantes em seu território que abrange 3.122,11 hectares. Suas principais atrações são os Arenitos, onde principalmente a chuva, durante os últimos 300 milhões de anos continuam esculpindo formas como a taça, o camelo e a bota, entre outros. As Furnas, que são poços de desabamento circulares de grande diâmetro, suas paredes verticais atingem profundidade até 100 metros e apresentam volume d’água que alcança metade desta profundidade.
E a Lagoa Dourada, local de reprodução de peixes como traíra, tubarana, lambari, curimbatá e bagre, tem a mesma origem das Furnas, porém devido à sua conexão com o Rio Guabiroba sedimentos lodosos a invadem causando o seu assoreamento.
Levar a população para essas áreas, promovendo o encontro entre homem e natureza, ajuda na conscientização da preservação do meio ambiente e no conhecimento da história na qual estamos inseridos e fazemos parte.
Você sabia?
Segundo os dados mais recentes sobre a Mata Atlântica, publicados pelo Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) um total equivalente a área de mais de 21 campos de futebol foram desmatados na Mata Atlântica em 2021, um aumento em 66% do desmatamento em comparação ao ano anterior. Ou seja, a cada dia são desmatados 59 hectares de floresta ou 2,5 hectares por hora.
Um dos grandes efeitos é o agravamento das mudanças climáticas, que com o desmatamento, está lançando mais de 10,3 milhões de CO2 na atmosfera, contribuindo para eventos climáticos extremos, como crise hídrica, apagões elétricos e enchentes. As regiões que mais registraram perdas foram Minas Gerais, Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul, com um acúmulo de 85% no total. Outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco, que tiveram melhorias no combate ao desmatamento, voltaram a apresentar números preocupantes de perdas na floresta.
A biodiversidade da Mata Atlântica está muito ameaçada, e o que sobrou dela está nas Unidades de Conservação distribuídas pelo País, como o Parque Vila Velha.
do Parque Vila Velha