A Universidade Estadual de Ponta Grossa hospedará servidores do Hospital Universitário no Colégio Agrícola Augusto Ribas (CAAR), onde os alojamentos do Ensino Médio estão vagos devido à pandemia. Dez leitos estão prontos para receber servidores de todos os setores do Hospital, que tenham ou não contato com pacientes, e que, preventivamente, desejem manter distanciamento de suas famílias.
Os quartos estão organizados com duas ou três camas, com distância de 1,5m entre elas. Travesseiros, cobertores e lençóis, além de uma televisão e geladeira, foram trazidos para proporcionar mais conforto aos hóspedes. “Todos os dias, duas pessoas da limpeza cuidarão da higiene do local e as roupas de cama serão higienizadas conforme protocolo do hospital”, conta Camila Wolff, chefe da hotelaria do HU, responsável pela organização e fluxo do alojamento. Ela complementa que a estrutura, conforme demanda, pode ser ampliada. Somente o alojamento masculino do CAAR tem capacidade para acomodar 100 pessoas.
O Colégio Agrícola foi escolhido pela proximidade com o Hospital e pela segurança que oferece. O CAAR fica dentro do Campus Uvaranas, com entrada controlada pelo portal e vigilância 24 horas. O diretor do Colégio, Alcebíades Baretta, afirma que o internato dispõe de estrutura necessária para acolher os profissionais. “O Colégio está colaborando em recebê-los da melhor maneira possível, amenizando assim o sofrimento que no momento estamos passando”, ressalta.
A diretora do HU-UEPG, Luciane Cabral, explica que a oferta do alojamento no Colégio Agrícola, em parceria com a UEPG, é mais uma ação da Direção do HU pensando na segurança das equipes que atuam no combate ao Covid. “Os profissionais que desejarem evitar o contato com familiares, para prevenir contaminação, poderão contar com um espaço de repouso e descanso para continuar atendendo com qualidade e humanização”, conta a diretora.
A técnica de enfermagem Ana Flávia Fillus será uma das hóspedes. Após cumprir sua jornada de trabalho na ala Covid do HU, ao chegar em casa, há mais de um mês, ela adota o isolamento. Para Ana Flávia, o alojamento traz tranquilidade para quem trabalha e quer proteger a família.
Ela relembra que esta era uma preocupação desde o início da pandemia. “Estávamos conversando com a coordenação sobre um possível local para poder ficar. Agora ficamos mais tranquilos. Pensamos no lado de mãe, o fato de ficar longe dos filhos, mas nessa hora a segurança da família vem primeiro. É preferível ficar longe alguns dias do que passar a doença e depois me sentir culpada”, complementa.
Rotina de isolamento em casa
Até que se mude para o alojamento, Ana mantém a mesma rotina que adota em casa desde 25 de março, quando foi transferida para trabalhar na ala Covid. Quando sai do HU, faz a higiene padrão da instituição, toma banho e segue para casa. Ao chegar, mantém na residência uma ‘área suja’, onde tira a roupa e toma outro banho. Depois, fica no quarto, onde recebe as refeições e sai raras vezes. “Eu me isolo das minhas filhas e do meu esposo. Eles levam jantar, almoço e café. Quando preciso sair do quarto para lavar as minhas roupas, uso máscara”.
Sobre a decisão pelo isolamento em casa, ela diz ter sido uma escolha necessária. “Desde que abriu a ala Covid, decidi me isolar da minha família. Não tenho contato com os meus pais, minha sogra e vejo minhas filhas de longe. É difícil porque sou mãe, mas foco na parte profissional”, diz. “Foi uma escolha difícil. Será por pouco tempo. Tudo vai passar”, conclui.
Informações/Imagem: UEPG