O médico cirurgião geral, Dr. Winston Antônio Bastos participou de entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero e Eduardo Vaz, na Rádio Lagoa Dourada FM (105.9 para Ponta Grossa e Campos Gerais e 90.9 em Telêmaco Borba), nesta segunda-feira (27).
Aos 81 anos de idade, o ponta-grossense Dr. Winston tem 53 anos de dedicação à Medicina. Ele conta que se graduou na Universidade Federal do Paraná e iniciou sua trajetória no Hospital de Clínicas de Curitiba, antes de voltar para a cidade natal. “Em 1972, vim para Ponta Grossa e comecei a trabalhar na Santa Casa. Tínhamos dois cirurgiões, eu era o mais novo. Ficamos em três cirurgiões na época e atendíamos toda a região. No sábado e domingo, a gente já reservava porque era dia de trabalho, principalmente no domingo porque vinham pessoas esfaqueadas e baleadas de vários municípios”, relembra.
Bastos também é conhecido pelo seu papel social no município. Ele foi coordenador do extinto Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) e secretário municipal de Saúde de Ponta Grossa. Ele ainda foi candidato a vice-prefeito na década de 90, por um curto período de tempo, porém na época a candidatura não se efetivou por “acertos políticos”, de acordo com o médico.
Para ele, este caráter social da profissão é algo pessoal de cada um. “Não se consegue formar uma pessoa se a personalidade não permita essa atividade. É uma coisa interna. A Medicina, de fato, é rendosa, desde que você tenha boa formação e preste o serviço adequado, mas hoje a Medicina não é mais o que foi há 40 anos atrás”, diz.
Dr. Winston reflete que, atualmente, mesmo com o número grande de profissionais formados no Brasil, ainda há falta de médicos, principalmente em cidades do interior. “No Brasil, principalmente no SUS, o médico faz um serviço que a remuneração não é adequada. Então a pessoa não se dedica, quando o indivíduo se sente explorado ele também explora quem não paga. O SUS não reconhece o trabalho, não diferencia quem é bom de quem é ruim”, opina.
Momentos marcantes da carreira
O cirurgião ainda relembra momentos marcantes da trajetória como médico. “As situações de alegria são muito maiores, principalmente quando opera e dá alta para o paciente. Teve um paciente que foi operado por hérnia e quando eu dei alta, ele disse: ‘Doutor eu quero beijar a sua mão, porque é uma mão de ouro’, e eu disse, que ouro nada, é músculo!”, brinca Bastos.
Com relação aos momentos tristes da profissão, Dr. Winston conta que dois casos marcaram a sua história. “De tristeza é quando você perde um paciente durante o ato operatório. Uma senhora de Imbituva, com úlcera perfurada, morreu na cirurgia. Outra vez, um senhor de Jaguariaíva teve uma hemorragia digestiva, em que passava o ponto e rompia, e ele acabou falecendo. São coisas muito tristes, severas, você sai da sala arrasado e tem que dar a notícia para a família”, relembra.
Dr. Winston Bastos ainda conclui com uma reflexão. “Vamos fazendo história à medida que se pode, colocando sempre o coração na frente das nossas atitudes e reconhecendo que as pessoas são semelhantes a nós, ninguém é superior a ninguém”, finaliza.
Confira a entrevista completa: