A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) elevou sua projeção de crescimento para o setor da construção civil em 2024, marcando a segunda revisão do ano. A nova estimativa aponta uma alta de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) da construção, superando a previsão anterior de 3%. Antes disso, até julho, a expectativa era de um aumento de apenas 2,3% para o ano.
Segundo a Cbic, os principais fatores que impulsionaram essa revisão foram o aquecimento do mercado de trabalho e o desempenho positivo das empresas que operam no segmento de imóveis de padrão econômico. Além disso, a entidade destacou o “crescimento mais robusto da economia” neste ano, que deve continuar a se fortalecer até o início de 2025.
“O saldo de novas vagas geradas continua positivo e os empresários mantêm expectativas otimistas para o nível de atividade nos próximos seis meses”, afirmou o presidente da Cbic, Renato Correia, em nota.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o número de trabalhadores formais na construção civil aumentou 5,2% nos últimos 12 meses, totalizando 2,91 milhões de profissionais. No entanto, existem desafios que podem impactar esse cenário positivo.
Um dos principais obstáculos é a expectativa de aumento das taxas de juros no país, que pode afetar os investimentos e a disponibilidade de crédito imobiliário. Além disso, a escassez de mão de obra qualificada e o aumento dos custos de construção, que subiram 5,72% nos últimos 12 meses até outubro, também são preocupações. Essa relação, conforme o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) divulgado pela FGV, foi superior ao crescimento de 3,37% no período anterior.
Ieda Vasconcelos, economista da Cbic responsável pelas projeções, destacou que a nova meta de 3,5% supera as expectativas de crescimento do PIB nacional, que está em 3,05% para este ano. “Os resultados do segundo trimestre foram mais positivos, influenciando, assim, a nova projeção”, afirmou.
Vale lembrar que em 2023, o PIB da construção caiu 0,5%, após crescimentos de 6,8% em 2022 e 12,6% em 2021.
Informações: Valor Econômico.